postado em 13/09/2009 08:29
Edson Luiz
Ary Filgueira
Mara Puljiz
A Polícia Civil reduziu o rol de suspeitos pelas mortes do advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, de sua mulher, Maria Carvalho Villela Mendes, e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, ocorridas em 28 de agosto. Apesar de ainda realizar diligências, investigadores trabalham em torno de um círculo muito restrito de pessoas ligadas à família e podem apresentar o criminoso (ou criminosos) a qualquer momento.
[SAIBAMAIS]Neste sábado (12/09), o dia foi de agitação na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde o triplo homicídio está sendo apurado, e no local do crime, a 113 Sul, uma das mais nobres superquadras de Brasília, onde moram três ministros do governo Lula - um deles no mesmo prédio onde ocorreu o triplo homicídio. A polícia espera apenas os laudos das diversas perícias realizadas no local do crime, o apartamento 601/ 602 do Bloco C da 113 Sul, mas já tem o nome do possível (ou possíveis) autor dos homicídios.
Ontem, equipes dos institutos de Identificação e de Criminalística estiveram na residência dos Villela desde o inícío da tarde, de onde só saíram depois das 21h. No local, também chegou a delegada Martha Vargas, que comanda a investigação. Mas ela permaneceu por apenas uma hora. Na única vez que falou à imprensa, Martha confirmou que o caso está se encerrando. "Estamos perto do fim", declarou.
O quebra-cabeça, segundo investigadores, começou a se fechar nos dois últimos dias de depoimentos. A sexta-feira foi de interrogatório dos familiares e funcionários do escritório de advocacia onde Villela trabalhava com a mulher, o filho e a neta Carolina. Martha Vargas ficou na delegacia até as 3h30 de ontem, e em seguida fez uma nova diligência em local desconhecido. Na tarde de ontem ela voltou à 1ª DP, onde pouco depois apareceu Adriana Villela, a filha do casal - que já havia prestado seis horas de depoimento na sexta-feira. Ontem, a delegada saiu em novas diligências, e até o início da noite não havia retornado à delegacia. Até o fechamento desta edição, às 21h40, Adriana continuava na 1ª DP.
Provas técnicas
Policiais envolvidos na investigação apostam nas provas técnicas para encerrar o caso. Tanto que ontem voltaram a repetir alguns trabalhos anteriormente feitos - a 10ª perícia desde o dia do crime. A proximidade da elucidação do caso fica evidente pelo fato de diretores das áreas estarem presentes no apartamento dos Villela.
Primeiro chegou o chefe do Departamento de Polícia Circunscrional (DPC), delegado André Victor Espírito Santo. Em seguida, chegaram ao prédio o diretor de Polícia Técnica, José Ribamar Machado, e seu colega Geraldo Nugoli, chefe do Departamento de Atividades Especiais (Depat). No apartamento, já estava a psiquiatra forense Conceição Krause, que acompanhou os depoimentos do dia anterior e continuou seu trabalho no local do crime por pelo menos cinco horas, período em que os peritos levaram para levantar novas evidências.
Nenhum dos presentes quis dar declarações. A delegada Martha Vargas, apesar de ter marcado uma entrevista com a imprensa por volta das 21 horas, cancelou e enviou seu colega George Couto. Lacônico, ele disse apenas que a polícia estava realizando uma perícia complementar no apartamento onde ocorreu o triplo homicídio. Na 1ª DP, o clima ainda era de expectativa, uma vez que Adriana Villela continuava na delegacia. Informações desencontradas davam conta de que a polícia ou queria despistar os jornalistas ou que a delegada Martha Vargas teria sido proibida de se manifestar sobre o caso.
Os investigadores não marcam data para apresentar o culpado (ou culpados), mas acreditam que a elucidação possa acontecer no início desta semana, já que na segunda-feira Martha receberá os resultados dos principais exames feitos em diversos locais, mas principalmente na cena do crime. O material vai ser confrontado com os depoimentos de testemunhas e suspeitos, além de outras provas já colhidas durante os últimos 15 dias. Um laudo preparado na semana passada pelo Instituto de Criminalística não deve ajudar na elucidação do caso, já que se tratava de exames de pouca importância.
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