Helena Mader
postado em 13/09/2009 09:32
Câmeras de filmagens, grades nas portas e cercas elétricas são equipamentos cada vez mais adotados para garantir a segurança dos moradores de prédios. Todo esse aparato tecnológico, entretanto, não tem utilidade sem a presença de profissionais capacitados para controlar o vaivém de moradores e visitantes. Qualquer descuido pode significar uma ameaça para a comunidade. No Sudoeste, o treinamento dos funcionários da região virou prioridade. A Administração Regional vai retomar os cursos de capacitação de porteiros a partir da próxima sexta-feira.
O treinamento é gratuito e tem apoio das polícias Militar e Civil, do Departamento de Trânsito e do Corpo de Bombeiros. O programa ensina noções de segurança comunitária, dicas de como combater incêndios e acidentes de trânsito. É composto por exercícios simulados, palestras e aulas práticas. Para conseguir o certificado, é preciso ter 100% de frequência nas aulas. A ideia é que os prefeitos de quadra e síndicos estimulem a participação de seus funcionários. Há turmas nos períodos da manhã e da tarde.
Na Quadra 303 do Sudoeste, a maioria dos porteiros recebeu treinamento para exercer a profissão e aprender a lidar com as mais diferentes tentativas de criminosos em driblar o sistema de segurança. Sebastião Pereira da Silva, 49 anos, trabalha no Bloco J e foi um dos que participaram do treinamento. Se antes já era difícil alguém entrar no prédio sem antes passar por ele, agora ficou ainda mais complicado. "Todo visitante tem que mostrar a identidade, não tem essa de acenar de longe para eu abrir a porta", garante. Segundo ele, é importante estar atento ao menor movimento e também desconfiar de todas as pessoas, independentemente da aparência e do discurso que elas apresentarem. Há cerca de três anos, um assaltante conseguiu entrar em um apartamento no Bloco D depois de enganar um morador dizendo que trabalhava na obra que ocorria no local. O criminoso deixou o prédio minutos depois de furtar um videogame e celulares, que foram colocados em uma mochila.
Segundo o porteiro José Henrique Santana de Souza, 34 anos, que trabalha no Bloco D, o curso de capacitação é importante para os profissionais da área. Ele tem a missão de observar atentamente a filmagem de 46 câmeras espalhadas pelo prédio. Qualquer atitude estranha é comunicada via rádio ao síndico e é verificada imediatamente. Ele lembra que, há dois anos, uma pedinte conseguiu chegar até o 2º andar do prédio depois de um morador abrir a porta e não perceber que ela havia entrado junto. "Conhecia o morador e sabia que ela não era da família. Resolvi ir atrás e ela estava batendo na porta do apartamento para pedir dinheiro", lembra José.
O curso para porteiros tem apoio da Secretaria de Segurança, que cede equipamentos e profissionais para as palestras e os treinamentos. O diretor executivo da Subsecretaria de Programas Comunitários, major Márcio Pinheiro, explica que esses cursos são certificados e que os profissionais recebem comprovantes de conclusão ao fim da capacitação. "O programa de treinamento de porteiros faz parte das nossas metas de realizar cursos de segurança comunitária", ressalta.