Cidades

Bombeiro acusado de matar ex-namorada deve pegar 20 anos de prisão, acredita advogado de defesa da família

postado em 15/09/2009 11:54

O cabo do Corpo de Bombeiros Militar do DF Antônio Glauber Evaristo Melo, 42 anos, foi expulso da corporação na tarde desta segunda-feira (14/9). A informação foi confirmada pelo advogado da família da professora de inglês Josiene Azevedo de Carvalho, durante o julgamento do réu, acusado de assassinar a ex-namorada em 26 de junho de 2008. A exoneração saiu no Boletim do Corpo de Bombeiros desta terça-feira. O processo administrativo corria havia um ano. Glauber ainda pode recorrer da decisão.

Marcelo Barbosa Coelho disse ainda ter certeza de que Glauber será condenado por se tratar de um crime hediondo. Ele previu uma condenação de 20 anos. "Temos consciência de que não haverá pena máxima porque o réu é confesso. E, mesmo se houvesse, não traria a Josi de volta."

Mais cedo, familiares e amigos ocuparam a porta do Tribunal de Justiça vestindo camisetas brancas com uma foto da vítima. No entanto, não puderam entrar com o traje. "Com o movimento, pretendemos mostrar que, enquanto não houver mobilização, o Estado continuará omisso e a Justiça, caolha", desabafou um tio de Josiene, Romero Carvalho. Ele ainda admitiu que o relacionamento da sobrinha com o bombeiro não era tranquilo. "A família sabia que era conturbado, mas ela era muito reservada."

Depoimentos

Neilma Alves Pereira e Lucifátima Maria, amigas da vítima, foram as primeiras a prestar depoimento. Ambas contaram que, todas as vezes em que ela terminava o namoro, acabava cedendo às chantagens de Glauber. Ele dizia que se mataria. A vítima também temia que o ex-namorado perdesse o emprego, caso ela o denunciasse.

As amigas também relataram que, dias antes do crime, a professora de inglês havia recebido por e-mail uma foto do bombeiro com uma arma apontando para o rosto e na outra mão uma foto dos filhos dela. Elas ainda afirmaram que Josi alegava perseguição.

A terceira testemunha foi um amigo em comum de Glauber e de Josiene, identificado como Eber. O homem se limitou a dizer que mantinha um relacionamento social com o casal e que não sabia de brigas que envolvessem violência física. No entanto, Júlio afirmou que discussões e rompimentos eram constantes. Além disso, disse que Glauber tinha relacionamentos afetivos paralelos.

Emocionada, Maria Marlene Azevedo, mãe de Josi, em curto depoimento informou ao júri que os filhos da professora, um menino de 9 anos e uma menina de 5, moram, atualmente, com o pai e a madrasta. Ela contou que as crianças passam por tratamento psicológico, mas que frequentemente perguntam pela mãe.

A última a depor foi a ex-mulher de Glauber, Simone Raquel dos Santos. Ela viveu com o bombeiro por sete anos e tem uma filha com ele. Ela contou que, nos anos de relacionamento, os dois tiveram discussões normais, mas ele não era agressivo.

Simone ainda relatou que, no dia do crime, recebeu uma ligação do ex-marido. Ele dizia que queria falar com a filha pela última vez porque ia se matar. Muito nervoso, Glauber contou que tinha acontecido uma tragédia com Josiene, mas não confessou que a tinha matado.[SAIBAMAIS]

Memória

Em 26 de junho de 2008, o cabo do Corpo de Bombeiros Antônio Glauber Evaristo Melo chamou Josiene Azevedo de Carvalho para jantar em um restaurante mexicano, na 215 Sul. Por volta das 19h30, buscou a vítima na quadra 7 da Octogonal. Após o encontro, os dois retornaram para a casa de Josiene. Ele parou o carro, um Golf de placa JFS 2224/DF, em frente ao bloco da professora. Ali, insistiu para que ela reatasse o namoro.

Diante das recusas da ex-namorada, o bombeiro, segundo a acusação, pegou um revólver que tinha debaixo do banco e atirou na cabeça dela. Josiene morreu na hora

Segundo familiares da vítima, Josiene queria dar um fim ao namoro com o bombeiro desde 2006, mas postergava a decisão devido às ameaças que recebia constantemente do companheiro. De acordo com testemunhos de familiares e amigos da vítima, Antônio Glauber tinha costume de andar armado e dizia que o revólver era o seu melhor amigo.

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