Cidades

Chaveiro que abriu apartamento dos Villela presta depoimento

Naira Trindade
postado em 16/09/2009 13:21

O chaveiro que abriu a porta do apartamento da 113 Sul, onde os corpos de José Guilherme Villela, 73 anos, da mulher dele, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e da governanta Francisca Nascimento da Silva, 58, foram encontrados na noite de segunda-feira de 31 de agosto, prestou seu primeiro depoimento na manhã desta quarta-feira (16/9) na 1; Delegacia de Polícia da Asa Sul.

Elias Sousa Santos, 35 anos, contou que recebeu um telefonema às 19h51 daquela segunda-feira, solicitando que fosse até o local. A voz da pessoa que fez o pedido era feminina, mas Elias não soube reconhecer de quem era.

Ao chegar ao imóvel, por volta das 20h, o chaveiro encontrou-se com dois homens que o aguardavam na porta do apartamento. Em seguida, Carolna, neta do casal, apareceu com uma amiga, que não teve a identidade revelada.

Segundo Elias, a porta social do apartamento tem três fechaduras e todas estavam com as chaves passadas por dentro. Para a delegada Martha Vargas, responsável pelo caso, as chaves poderiam ter sido deixadas pelo criminoso para atrapalhar a entrada no imóvel.

Elias demorou cerca de 20 minutos para abrir a porta. Após destrancá-la, um homem entrou e encontrou os cadáveres. Elias conta que nem ele, nem a neta do casal entraram no apartamento.

O homem que encontrou os corpos, segundo o chaveiro, saiu e comunicou por telefone à Polícia Civil que encontrara três cadáveres. A neta só teria sido informada do ocorrido ao descer no elevador.

Elias lembra que ouviu os choros dela pela porta do elevador e que eles não desceram juntos. Em seguida, recebeu o dinheiro ; cobrou R$ 50 pelo serviço ; e foi embora. Elias é proprietário da Multiserviços e tem lojas na 315 Sul e no Sudoeste.

Prefeito é aguardado

Nesta tarde, a delegada deve ouvir o depoimento do prefeito de Planaltina de Goiás, José Olinto Neto. O depoimento estava marcado para terça-feira, mas o político justificou sua ausência na 1; DP. Alegou que estava ocupado com assuntos relacionados ao convênio com o Governo do Distrito Federal, que deverá cuidar de gestão do transporte público nas cidades do Entorno. Ele garantiu ao Correio que vai depor no mesmo horário estabelecido na intimação anterior, ou seja, às 15h.

A convocação de José Olinto foi uma surpresa para o próprio intimado. "Suspeito que seja relativo ao caso de um espancamento que presenciei em 2002, quando um policial militar agrediu um amigo meu na minha frente. Pois, por outro fato, não deve ser", garantiu Olinto, em conversa por telefone. O mistério deve durar, pelo menos, até o fim do depoimento. A polícia não explicou a razão de tê-lo convocado.

Fontes ouvidas pelo Correio disseram que a intimação do prefeito se deu porque o nome dele foi citado numa denúncia anônima. O prefeito teria tido contato com o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia em que ele foi morto, em 28 de agosto. A mesma pessoa sugeriu que Olinto queria contratá-lo para advogar em ação que moveria contra uma empresa de transporte coletivo de Planaltina de GO. José Olinto Neto, porém, nega.

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