Cidades

Disputa pelo GDF parece mais clara entre José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz

postado em 21/09/2009 08:45
Dois importantes passos foram dados na última semana para a sucessão do Governo do Distrito Federal. O recuo de Geraldo Magela (PT) sobre a disputa ao GDF e a saída do ex-governador Joaquim Roriz do PMDB encaminham a corrida por 2010 para um cenário no qual crescem as candidaturas de José Roberto Arruda (DEM) à reeleição e as chances de Agnelo Queiroz em se contrapor à chapa governista. A desfiliação de Roriz, no entanto, não pode ser interpretada como um sinal de desistência. Ao contrário: com o movimento, o ex-peemedebista, apesar de ter sido derrotado na queda de braço pelo partido, mostra que está disposto a ir para o embate.

Palácio do Buriti, símbolo do poder local: por ora, pré-candidatos alinhavam apoios para viabilizar a campanhaPor sua vez, o revés de Magela ; ainda não anunciado oficialmente, mas comunicado aos aliados do partido ; aponta que o deputado federal caminhará no sentido aposto ao trilhado até agora: o de unir o PT em torno de uma chapa viável para as próximas eleições. Magela já acertou com Agnelo que se lançará candidato ao Senado Federal. A união marcará o princípio da campanha petista, que terá como pretensão eleger Agnelo, mas que pode resultar como meta mais previsível, pelo menos por enquanto, a formação de um segundo turno em 2010, o que altera completamente o perfil de uma eleição e o da administração que a sucede.

Ao arrancar o broche do PMDB do peito, Roriz inicia uma nova fase na pré-campanha. Daqui até o início de outubro, o ex-governador tem o desafio de garantir sustentação para a sua candidatura. Como uma colcha de retalhos, o ex-peemedebista fará isso costurando o apoio de partidos nanicos. Entre as agremiações assediadas por Roriz estão PSC, PRB, PMN, PRTB, PRP. O político ainda tenta se aproximar do PTC e do PTdoB. A estratégia do ex-governador para dominar as minilegendas é acomodar seus fiéis colaboradores na direção dessas agremiações. A filha do meio, Jaqueline Roriz, por exemplo, saiu do PSDB, pediu justa causa no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para se engajar ao PSR (o partido que os evangélicos tentam criar), mas vai mesmo é se filiar ao PMN, na condição de presidente.[SAIBAMAIS]

Balança
O resultado dos acontecimentos na última semana pode não ser tão óbvio quanto a lógica de uma balança, na qual o peso que se tira de um prato fará a outra medida mais robusta. O enfraquecimento de Roriz pode gerar consequências mais profundas do que o céu de brigadeiro para a reeleição de Arruda. Gim Argello, por exemplo, é um forte apostador de um desfecho alternativo sobre a saída de Roriz do PMDB. Ele não acredita na disposição de Roriz de seguir até o fim com a candidatura fora do PMDB. E trabalhará para daqui até o meio do ano que vem conseguir puxar o apoio do ex-governador para sua candidatura e capitalizar seu poder de negociação no tabuleiro eleitoral. O mesmo raciocínio de Gim pode se tornar uma meta a ser perseguida pelo PT, que nunca negou a possibilidade de uma aliança com o PMDB de Roriz ou até mesmo com Roriz sem o PMDB.

Assim como a participação dos opositores à reeleição de Arruda começa a se desenhar, a definição do time que brigará pela permanência do governador também está cada vez mais clara. O vice-governador Paulo Octávio (DEM) já não esconde sua disposição em repetir a chapa de 2006, o que poupará os dois políticos de um desgaste pela disputa do partido, como ocorreu no passado. E, para aqueles que previam que a aproximação de Filippelli do governo Arruda não seria duradoura, o desfecho sobre a briga pelo PMDB é um sinal de que o deputado federal mudou mesmo de lado.

Julgamento
Parecer do Ministério Público emitido na semana passada foi contrário ao pedido de justa causa apresentado pela distrital Jaqueline Roriz. O documento da Procuradoria Eleitoral servirá de base para o julgamento do TRE sobre a ação, o que deve ocorrer nas próximas duas semanas.

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