Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) passarão a próxima semana fora das salas de aula. E o motivo não é nenhuma greve de professores. Não haverá aula porque a comunidade acadêmica estará envolvida com a IX Semana de Extensão da UnB, que ocorre de segunda a sexta-feira, entre 8h e 22h nos quatro câmpus da instituição. A dispensa dos universitários não foi decretada oficialmente, mas, na prática, não terá espaço para que professores ministrem encontros como fazem tradicionalmente. Isso porque a universidade estará tomada pelas 400 atividades que serão oferecidas em uma extensa programação.
A movimentação na UnB será garantida com visitas monitoradas, oficinas, feiras, minicursos, exposições, conferências, mesas-redondas, palestras e debates. As atividades abrangem temas como comunicação, cultura, direitos humanos e Justiça, educação, meio ambiente, saúde, tecnologia e produção e trabalho. São cursos de nutrição com dicas de como preparar alimentos saudáveis, aulas de dança, apresentações musicais e feiras de artesanato, tudo gratuito e aberto para a comunidade. ;Durante a semana, a UnB apresenta para a comunidade o que produz;, explica o decano de extensão, Wellington Almeida.
Os interessados podem se inscrever no site www.semanadeextensao.unb.br até a meia-noite de amanhã. Até ontem, 20 mil pessoas já estavam inscritas, o que inclui a comunidade acadêmica. Algumas atividades já não têm mais vagas, mas o decano explica que as pessoas podem tentar participar na hora. ;A inscrição garante o certificado, mas é possível apenas assistir, desde que haja local para se sentar;, explica Almeida. A UnB espera reunir 25 mil brasilienses no evento. Qualquer pessoa pode passar pela universidade, mas o público-alvo são estudantes dos ensinos fundamental e médio, que terão a oportunidade de conhecer o que a UnB oferece.
Novidade
A grande novidade da nona edição da Semana de Extensão é a criação de tendas de bambu, que ficarão na área externa dos câmpus e vão concentrar uma grande programação de shows, exposições, debates e oficinas. A maior será montada no Teatro de Arena e abrigará grande parte dessas atividades, bem como a abertura e encerramento da Semana. No câmpus Darcy Ribeiro, da Asa Norte, ainda serão instaladas outras cinco tendas, sendo que uma delas é um corredor cultural onde haverá exposições de artesanato multiétnicos. Também serão instaladas outras três nos demais câmpus da UnB, em Ceilândia, Gama e Planaltina.
Uma das palestras em destaque é a de David Headon, assessor de cultura do governo da Austrália. Ele é o encarregado de organizar as comemorações do centenário de Camberra, a capital australiana, que acontecerá em 2013. Na UnB, Headon dará a palestra com o tema As comemorações em capitais nacionais ; o papel simbólico da capital nacional na identidade de um país, que será seguida de debate com o embaixador australiano e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Cássio Taniguchi. O assessor também participará de encontros com o comitê do Cinquentenário do DF. Ele dará dicas para a festa de 50 anos da capital, em 2010.
INFORME-SE
Para obter mais informações sobre a Semana de Extensão, ligue para 3272-0194 e 3307-2612, ramais 28 e 30, da UnB
25 mil
Total de pessoas esperadas no evento promovido pela Universidade de Brasília
Alternativa à crise no HUB
A Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) entrou na polêmica da crise na pediatria do Hospital Universitário de Brasília (HUB). A faculdade nomeou uma comissão de trabalho para analisar os problemas e propor soluções para a falta de médicos neonatologistas na instituição. O grupo também vai estudar um novo nome para assumir o comando do Centro de Clínicas Pediátricas do hospital. Por enquanto, a professora Vera Bezerra foi indicada para assumir a chefia pró-tempore da pediatria. Mas o nome ainda não foi aprovado pela direção do HUB.
O grupo é formado por seis professores e um estudante. Eles têm 15 dias para apresentar um relatório do trabalho. A ideia é que a comissão apresente caminhos para suprir a falta de médicos plantonistas no berçário enquanto o HUB não faz concurso público para contratar mais médicos. ;Eles recebem R$ 500 por plantão de 12 horas. Mesmo assim, a direção tem dificuldade de fechar as escalas. É preciso estudar formas de melhorar o clima na equipe, diminuir a sobrecarga de trabalho e deixar o HUB mais atrativo;, diz o diretor da Faculdade de Medicina, Paulo César de Jesus.