postado em 28/09/2009 09:07
A polícia encontrou mais indícios que levam à tese de que o crime contra o casal de advogados José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela e a empregada deles, Francisca Nascimento da Silva, teve auxílio de pessoas que conheciam a rotina da casa. Segundo investigadores, no momento do triplo assassinato, ocorrido em 28 de agosto, o sistema de alarme do apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul teria sido desligado no dia do triplo assassinato. A família tinha uma preocupação grande com a segurança, a ponto de instalar aparelhos na entrada da residência. No sábado, a chefe da 1; DP (Asa Sul), delegada Martha Vargas, voltou duas vezes ao prédio acompanhada de algumas pessoas.Segundo investigadores, o fato de o alarme ter sido desligado pode fortalecer a hipótese de que o criminoso (ou criminosos) tinha a localização correta do equipamento. Dois dos corpos, a polícia não revela quais, foram encontrados próximos ao aparelho de segurança, que se encontrava desligado no momento em que os corpos foram encontrados, em 31 de agosto. De acordo com pessoas ligadas à apuração, ao desativar o alarme, quem o fez poderia garantir a entrada de outras pessoas, sem que fosse notada.
A polícia trabalha com a tese de que o crime tenha sido encomendado e que mais de uma pessoa estaria envolvida no triplo homicídio. A hipótese de latrocínio (matar para roubar) não está totalmente descartada pelos investigadores, já que alguns objetos e dinheiro foram levados da residência. No entanto, a delegada Martha Vargas, que comanda as apurações, ainda não recebeu os laudos para comprovar ou não as teses. Até agora, apenas exames de impressões digitais foram entregues à delegada, além de laudos que comprovam as identidades das vítimas.
A delegada esteve de novo no apartamento onde os crimes ocorreram. Dessa vez, acompanhada de outras pessoas, além de policiais. Martha chegou discretamente ao local, sem chamar atenção dos moradores. A visita aconteceu por duas vezes na manhã de sábado, mas a chefe da investigação recusou-se a falar sobre o que motivou a ida ao Bloco C. Ontem, a delegada não apareceu na 1; DP, e policiais não souberam informar onde ela estaria. Hoje, Martha deve retomar uma série de depoimentos, iniciados na semana passada, quando ela ouviu porteiros de prédios próximos aos de onde morava o casal Villela.
Inquérito
Na próxima quarta, a descoberta dos corpos completa um mês, mas a delegada Martha Vargas só irá pedir a prorrogação das investigações em 2 de outubro, quando o inquérito terá 30 dias e, segundo a lei, a sua prorrogação é obrigatória quando o caso não é solucionado nesse período. Porém, segundo fontes da Secretaria de Segurança Pública, a apuração da morte do casal Villela e de Francisca continuará a ser tocada pela 1; DP. Investigadores asseguram que a elucidação de fatos dessa natureza é demorada, principalmente quando as provas técnicas são poucas.
No triplo homicídio, a polícia está tendo dificuldade em encontrar objetos que tenham sido tocados por pessoas fora do convívio das vítimas. Até agora, apenas fragmentos de digitais foram localizados durante as 13 perícias feitas no apartamento onde ocorreu o crime. Martha Vargas aguarda também os laudos que podem mostrar a dinâmica do triplo homicídio, que revelará como as mortes aconteceram. Até agora tudo está indicando que Francisca foi a primeira vítima.
O número
30 dias
Prazo legal para a prorrogação do inquérito, quando o caso não é elucidado