O Ibama apreendeu nesta quinta-feira (1;/10) 82 aves em duas casas na Cidade Ocidental. De acordo com o coordenador de fiscalização do Ibama, Roberto Cabral, o alvo da fiscalização eram 10 casas de criadores amadores de pássaros.
Um dos criadores de pássaros foi preso por falsificação de anilha (identificação que o Ibama coloca nos animais de cativeiro). Ele foi autuado por crime ambiental e por utilizar sinal público falsificado, podendo pegar por essa infração de dois a seis anos de reclusão.
Segundo explica o coordenador, esse tipo de falsificação é recorrente. "Muitos criadores falam para o Ibama que precisam de uma anilha de filhote (cada anilha vem com um número de identificação, assim como o chassi de um carro). Assim que a recebem, eles copiam o número da anilha e mandam falsificar outra maior para colocar em um animal capturado na natureza."
Ele afirma, ainda, que em uma fiscalização rápida esse tipo de falsificação não é percebida. A operação Delivere, que foi implantada no DF, busca impedir esse tipo de ação, já que um fiscal vai até a casa casa do criador ver se é um filhote mesmo que vai receber a anilha. "Com isso, o pedido de anilha de filhote caiu de 76% a 92%, dependendo da espécie", revela.
Tráfico interestadual
A fiscalização realizada nesta quinta-feira, e que deve ter prosseguimento nos próximos dias, partiu da coincidência entre espécies de pássaros criados por amadores e aves traficadas. Além disso, algumas das espécies apreendidas não compõem a fauna brasiliense, como o Galo da Campina e o Corrupião. "Isso comprova que o DF é rota e destino do tráfico interestadual de animais", afirma Roberto Cabral.
O coordenador de fiscalização do Ibama ressalta que as pessoas devem ser sensibilizadas a não comprar animais capturados, assim como os parlamentares devem deixar a legislação ambiental mais severa para esse tipo de ato. De acordo com Cabral, a lei deveria diferenciar tráfico de espécies da manutenção de animais em cativeiro. "A lei trata da mesma forma coisas muito diferentes. Assim, quem é autuado por crime ambiental nunca fica preso."
Os 82 animais apreendidos foram levados para o Ibama e vão ser tratados, pois alguns estão machucados e estressados. Depois, vão passar por uma avaliação para serem reintroduzidos na natureza.