Cidades

Polícia suspeita de ligação entre matador e ex-funcionário

Investigadores acreditam que homem preso desde a última terça-feira conhecia ex-empregado dos Villela. O criminoso, no entanto, nega envolvimento no caso

postado em 05/10/2009 08:12
A polícia reúne indícios de que o homem preso no Departamento de Polícia Especializada (DPE) desde a última terça-feira tem vínculos com um ex-empregado dos Villela. Apesar de em depoimento negar qualquer ligação com o crime praticado em 28 de agosto, o criminoso aparece como principal suspeito dos assassinatos cometidos contra o casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 63; e a empregada Francisca Nascimento da Silva, 58. Acusado de ser matador profissional, permanece preso por receptação de veículo.

Delegada Martha Vargas esteve ontem à tarde na 1ª DP, porém, mais uma vez evitou falarOs investigadores do caso chegaram até o nome dele ao descobrir que o suspeito esteve nas proximidades do local do triplo homicídio no mesmo dia em que as vítimas perderam a vida no apartamento 601/602, do Bloco C, após atacados com 73 facadas. Não tiveram chance de reação, segundo constatou laudo do Instituto de Medicinal Legal (IML) no qual o Correio teve acesso com exclusividade. Os agentes souberam da presença dele após cruzarem todas as ligações feitas na região em 28 de agosto.

Até agora, porém, a polícia não tem provas do vínculo dele com os assassinatos. A delegada-chefe da 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul, Martha Vargas, tem dedicado os últimos dias para seguidas conversas com o preso. Os depoimentos ocorrem em um cárcere provisório, no DPE. Mas praticamente só a delegada tem falado. O acusado de pistolagem passa praticamente o tempo em que estão juntos sem dizer uma palavra. Se fala, nega insistentemente a participação no crime.

[SAIBAMAIS]A desconfiança da polícia tem se baseado também por conta da ficha criminal dele. É, por exemplo, autor de vários homicídios, muitos deles praticados em estados da Região Nordeste e em São Paulo. Todos os crimes teriam sido praticados mediante encomendas, como se suspeita em relação às mortes do casal Villela. Alguns inclusive tiveram relação com tráfico de drogas.

No sábado, a polícia fez uma devassa na casa do suspeito, que fica no Riacho Fundo. Chefiada pela delegada Martha Vargas, equipe policial cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel. Os agentes deixaram o local com diversos objetos pessoais do suspeito, organizados em sacolas plásticas. O material será avaliado por peritos. No mesmo dia, a polícia ouviu a mulher dele. Ela confirmou a participação do companheiro em crime de clonagem de placas de veículos, mas desconheceu que ele tenha envolvimento com qualquer grupo de extermínio.

Prazo
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) aguarda para esta semana a conclusão do laudo produzido pelo Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Civil do DF, realizado a partir dos fragmentos de impressões digitais e da cena encontrada no local onde José Guilherme, Maria Carvalho e Francisca foram mortos. ;A delegada Martha Vargas me prometeu que divulgaria para a ordem esse laudo tão logo ele saia;, disse o representante da entidade Raul Livino.

O inquérito policial com as peças de investigação deve retornar hoje para a unidade policial depois de ser apreciado pelo Ministério Público do DF e pelo Tribunal do Júri de Brasília. Na última sexta-feira, os investigadores ganharam mais 30 dias para concluir o caso


Últimas movimentações

Terça-feira, 29 de setembro
A polícia faz a primeira prisão por conta do triplo homicídio registrado na 113 Sul em 28 de agosto. Um homem identificado como matador de aluguel acaba detido depois de descobrir que o criminoso esteve na residencial no dia dos assassinatos. A comprovação surge da quebra de sigilo telefônico de todas as pessoas que receberam ou originaram chamadas de aparelho celular feitas na quadra. Pesam contra ele crimes de pistolagem, mas faltam provas para vinculá-lo aos homicídios da Asa Sul.

Quarta-feira, 30 de setembro
Os investigadores responsáveis pelo caso passam a contar com um importante aliado para auxiliar as investigações. A Justiça local autoriza a quebra dos sigilos telefônicos de parte dos familiares do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 63. Já a lista de chamadas recebidas e discadas pelas vítimas estavam em poder da polícia desde segunda-feira.

Quinta-feira, 1; de outubro
A descoberta dos corpos das três vítimas da 113 Sul completa 30 dias sem que a polícia tenha reunido provas suficientes para apontar os responsáveis pelos crimes. Detalhes dificultam a investigação. As câmeras de segurança do prédio não gravam. Além disso, nenhuma das câmeras dos edifícios em volta acrescentou elementos à investigação. Também só se encontrou fragmentos de impressões digitais diferentes das dos moradores do local.

Sexta-feira, 2 de outubro
Os investigadores responsáveis pelo caso ganham mais
30 dias para concluir o inquérito responsável pela apuração do triplo homicídio. Pediram dois meses, mas o Ministério Público do Distrito Federal entendeu que mais um mês é suficiente para encaminhar as linhas de investigação do caso: crime por encomenda e latrocínio (roubo seguido de morte).

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