postado em 05/10/2009 17:05
Famílias de vítimas da violência no trânsito farão nesta terça-feira (6/10) uma manifestação na Ponte JK contra a impunidade dos motoristas responsáveis pelos desastres nas ruas.O protesto ocorre no aniversário de dois anos da morte brutal de três mulheres no local após um dos acidentes de trânsito mais violentos da história de Brasília. O acusado de causar a tragédia, o ex-professor de educação física Paulo César Timponi, hoje com 51 anos, foi beneficiado recentemente por uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que alterou de homicídio doloso (com intenção de matar) para culposo (sem intenção) a acusação contra ele. Timponi, que estava preso na Papuda, foi solto em setembro. Os participantes do evento na ponte, que ocorre das 8h às 9h, marcam posição em especial contra o que foi decidido pelo TJDFT.
[SAIBAMAIS]Em 6 de outubro de 2007, um Golf cinza dirigido por Timponi bateu na traseira do Corolla do economista Luiz Cláudio de Vasconcelos, 52 anos. Ele voltava das compras com a esposa, Antônia Maria de Vasconcelos, a cunhada, Altair Barreto de Paiva, 53, e com o casal de amigos Cíntia Cysneiros, 34, e Cássio Resende. As três mulheres, que estavam no banco de trás, foram lançadas para fora do carro e morreram na hora. Paulo César estaria participando de um "racha" e trafegaria a mais de 130 km/h quando bateu.
Carta aberta
Luiz Cláudio de Vasconcelos, que já recorreu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão de mudar a acusação contra Timponi, conta que lerá, durante o protesto, uma carta aberta à sociedade. "É um documento em que repudio a decisão do TJ e rebato alguns pontos colocados pela juíza Sandra de Santis (relatora do processo e uma das que votaram a favor de Paulo César Timponi). Ela diz que há uma banalização do dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de matar. Para mim, o que está banalizado é a vida", diz. "Os únicos condenados somos nós, as vítimas. Temos que viver para sempre com a dor. Para quem comete o crime não há punição, dificilmente alguém é condenado", acrescenta.
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