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Em setembro, o tomate e a banana foram os vilões da cesta básica

postado em 07/10/2009 12:19
O preço da cesta básica em Brasília registrou uma pequena alta em setembro, apesar de nove dos 13 itens terem ficado mais baratos. Os vilões do mês foram o tomate e a banana, que aumentaram, respectivamente, 25,49% e 10,15%. Pesquisa mensal realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) constatou uma variação de 0,44% no preço médio dos produtos considerados essenciais. De acordo com os dados divulgados ontem, a cesta ficou R$ 0,96 mais cara em relação ao mês anterior e atingiu o valor de R$ 218,23.

O levantamento apontou ainda quedas no valor total da cesta no acumulado de 2009 (-7,59%) e dos últimos 12 meses (-1,27%). Os produtos que ficaram mais baratos foram a batata, o feijão, a carne e o arroz (veja quadro). O preço do açúcar, que subiu em quase todo o país, caiu 0,52% na capital federal. Em contrapartida, o custo da banana deu um salto enorme e foi determinante para a variação positiva no preço médio dos itens.

Depois do aumento, no entanto, a banana deve ficar bem mais em conta este mês. Segundo Francenildo Rocha, 38 anos, gerente comercial de uma revendedora de frutas tropicais localizada na Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), o preço do produto está em queda desde 20 de setembro. ;Com o clima mais quente, a fruta cresce mais rápido e chega antes para nós. Aí, tem mais banana na praça;, explicou ele, que atende cerca de 200 clientes.

O quilo da banana prata ; a mais consumida pelo brasiliense ; chegou a ser revendido a R$ 2 no mês passado. Ontem, Francenildo vendeu todo o estoque com o quilo a R$ 1,20. A procura foi tanta que, para atender a demanda, ele precisou pedir mais 4 mil quilos emprestados ao vizinho. ;A partir de amanhã (hoje), o consumidor poderá sentir a queda do preço;, adiantou ele, que revende para as principais redes de supermercado da cidade.

As bananas que ocupam as prateleiras de mercados e sacolões de Brasília são plantadas, geralmente, em Bom Jesus da Lapa (BA) e Janaúba (MG). O tomate, outro item que apresentou alta elevada em setembro, vem de plantações em Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Chegou mais caro à mesa do consumidor por conta da variação do clima. ;Essa indefinição de chuva ou calor quebrou várias safras;, contou Marcelo Pereira, dono de uma loja atacadista na Ceasa.

O quilo do tomate, que costuma variar entre R$ 1,5 e R$ 2, está sendo revendido a R$ 3. Nas prateleiras, chega a R$ 5 e assusta os compradores. ;Subiu muito. Está caro demais. E olha que esse não é o melhor tomate;, observou a dentista Andréa Haggstram, 34 anos, enquanto enchia a sacola com o fruto do tipo longa vida. Ela gasta cerca de R$ 80 com a feira semanal. Desde o mês passado, porém, tem desembolsado por volta de R$ 110, comprando os mesmos itens.

Na avaliação do técnico do Dieese Clóvis Scherer, a tendência é que os preços se acomodem. Ele destaca que as variações da banana e do tomate ; esse último com a maior alta do ano ; não impactaram tanto no preço final da cesta. ;O valor total está muito próximo do mais baixo do ano, em junho, quando registramos R$ 216. Além disso, está muito aquém dos altos valores do ano passado e do início deste ano;, lembrou.

O brasiliense que ganha um salário mínimo ; R$ 465 ; precisou dedicar 103 horas e 15 minutos de trabalho para comprar uma cesta básica em setembro. Brasília apresentou a sétima cesta mais cara entre as capitais pesquisadas pelo Dieese. Liderou o ranking a cidade de Porto Alegre, onde o conjunto de produtos básicos saiu por R$ 245,86, seguida por São Paulo e Vitória, cujos preços das cestas ficaram em R$ 229,89 e R$ 226,02, respectivamente.

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