Cidades

Preso o terceiro suspeito de crime na 113 Sul

Um homem chegou algemado à 1ª DP ontem à noite. Segundo fontes policiais, a captura é resultado de linha de apuração diferente daquela que levou à detenção, na semana passada, dos dois primeiros investigados

Guilherme Goulart
postado em 10/10/2009 08:00

O homem, que mancava da perna direita, foi escoltado por três equipes de agentes: a delegada Martha Vargas não revelou a identidade deleUm terceiro suspeito de envolvimento no triplo homicídio ocorrido na 113 Sul acabou preso ontem à noite por investigadores da 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul. O homem chegou escoltado e algemado por volta das 19h45. Informações levantadas pelo Correio com fontes policiais revelam que a detenção ocorreu por conta de uma segunda linha de investigação seguida pela equipe responsável pela apuração das mortes do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69; e da principal empregada deles, Francisca Nascimento da Silva, 58. Não teria, assim, relação com os dois homens presos há mais de uma semana, identificados como A. e D.

A prisão ocorreu um dia depois de a polícia conseguir na Justiça o mandado de prisão contra o homem. A identidade, porém, não foi revelada pela delegada-chefe da 1; DP, Martha Vargas. O suspeito, que mancava da perna direita, entrou pela porta principal da delegacia da Asa Sul, acompanhado de três equipes de policiais.

A polícia também transferiu ontem os dois presos por suspeita de envolvimento no caso Villela. Tanto D. quanto A. deixaram a 1; DP por volta das 15h45. Cada um entrou em um carro sem identificação da Polícia Civil do Distrito Federal e seguiu algemado para o cárcere do Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.

A dupla presa desde a última semana foi transferida para o Departamento de Polícia EspecializadaNa última quinta-feira, a Justiça havia concedido a prorrogação das prisões de D. e de A. Os dois ficarão pelo menos mais 30 dias detidos. D. está sob custódia policial desde terça-feira da semana passada. A., desde o último sábado. Pesam contra eles, além de acusações de envolvimento em clonagem de veículos, indícios de participação no caso Villela. Uma testemunha viu a dupla, acompanhada de uma terceira pessoa, a conversar em um ponto de ônibus da 513 Sul na noite da sexta-feira 28 de agosto, data dos assassinatos.

A suspeita policial é de que D. tenha dirigido o carro usado na fuga dos assassinos. A. pode ser o autor dos 73 golpes dados contra as vítimas. Os dois são primos e integrariam, segundo a polícia, o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo. Suspeita-se que D., por exemplo, faça parte de um grupo de extermínio da organização paulista, com ações voltadas para o Nordeste brasileiro. Ele mora no Riacho Fundo com a mulher e a filha dela.

Por conta dessa linha de investigação, a polícia ainda está atrás do homem que foi visto ao lado de D. e A. na parada de ônibus. Ele seria o responsável por limpar a cena do crime, o apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul. A polícia localizou os três corpos em 31 de agosto, três dias após o triplo homicídio. A pouca quantidade de sangue encontrada levou os investigadores a desconfiarem de que alguém aproveitou o fim de semana para remover o material biológico do casal e da empregada, além de impressões digitais. A própria delegada Martha Vargas confirmou que houve a faxina. Peritos contaram ao Correio que apenas uma pessoa com conhecimentos técnicos teria condições de eliminar os rastros da tragédia, pois o sumiço só seria possível a partir do uso de materiais especiais de limpeza. Devido à falta de vestígios, estão atrasados os laudos do local do crime.

Depoimentos
Depois de fazer diligências na região de Alto Paraíso (GO), a 230km de Brasília ; equipes da 1; DP não estiveram em Goiânia na quinta-feira, como fontes policiais haviam dito ao Correio ;, a delegada Martha Vargas reservou a sexta-feira para mais um dia de depoimentos. Um veterinário, que na localidade goiana aluga um imóvel pertencente a um dos familiares do casal morto, passou a tarde e o início da noite na delegacia. O médico anestesista que namorou Adriana há 15 anos deu seu segundo testemunho ontem.

O número
40 dias
Tempo que se passou desde que os corpos de José Guilherme Villela, Maria Carvalho Mendes Villela e Francisca Nascimento da Silva foram encontrados

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