Cidades

Dois suspeitos do crime da 113 Sul são mantidos presos

Polícia descarta a participação de um terceiro detido no triplo homicídio, mas ele permanece sob custódia por ser procurado pela Justiça de Goiás

postado em 12/10/2009 08:41
A polícia praticamente descartou a possibilidade de o terceiro homem preso ter envolvimento com o crime na 113 Sul. O suspeito chegou algemado, na noite de sexta-feira, escoltado por dois agentes que investigam o triplo assassinato. Há outros dois presos também pela possibilidade de ligação com o caso. Um deles é investigado por integrar uma facção criminosa. O nome da terceira pessoa detida foi inserido na lista de supostos envolvidos com o triplo assassinato, depois de uma denúncia anônima que se enquadrava em uma terceira linha de investigação dos policiais da 1ª DP (Asa Sul), que também não descarta a hipótese da motivação dos homicídios ter a ver com crime encomendado ou latrocínio - roubo seguido de morte. Essa nova linha, porém, não pode ser divulgada a pedido da própria polícia, pois não há nada de concreto que a fortaleça. A pessoa presa por último trabalha de caseiro numa propriedade no Distrito Federal, cujo dono poderia ter tido ligação com um dos Villela. O casal José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela foi assassinado com 38 e 12 facadas, respectivamente, em 28 de agosto. Além deles, também morreu a empregada da família, Francisca Nacimento da Silva, que também recebeu 23 golpes de faca. A arma - ou as armas, que a polícia não tem certeza se foi somente uma - utilizada pode não ser a mesma de 16cm manchada de sangue encontrada no apartamento das vítimas, no Bloco C da 113 Sul. Apesar de a participação do terceiro preso no crime estar descartada, ele permanecerá detido no cárcere do Departamento de Polícia Especializado (DPE), ao lado do Parque da Cidade, por ser procurado pela Justiça de Goiás, acusado de roubo - crime mediante grave ameaça de morte com objetivo de subtrair algum pertence da vítima. Clonagem O mandado de prisão desse terceiro suspeito não estava previsto entre os três que foram autorizados, há duas semanas, pelo Tribunal do Júri de Brasília. A expectativa é de que ele seja cumprido ainda no início desta semana. O terceiro suspeito se juntará a outros dois que estão sob custódia da polícia de Brasília. O primeiro é conhecido apenas pela inicial de D. Ele foi localizado em 29 de setembro e ficou detido por envolvimento em clonagem de veículos. Mas uma testemunha viu os dois, acompanhados de uma terceira pessoa, conversando em um ponto de ônibus da 513 Sul na noite do crime. Há indícios de que D. teria dirigido o carro que pode ter levado o suspeito A. para matar o casal e a empregada. A polícia também investiga a participação de D. com o crime organizado. Ele faria parte da facção criminosa de São Paulo autodenominada de Primeiro Comando da Capital (PCC). À exceção da transferência de um preso para o DPE, que segundo a polícia não tem relação com o triplo assassinato, o dia foi bastante calmo na unidade da 1ª DP, chefiada pela delegada Martha Vargas. Ela não foi à delegacia. Mas não significa que aproveitou o domingo para descansar. De acordo com vários de seus colegas, a delegada costuma levar trabalho para casa. A semana é de expectativa tanto para a polícia quanto para a própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF). O representante legal da instituição, o advogado Raul Livino, designado para acompanhar o caso, acredita que uma das principais peças da investigação policial deverá logo sair. "O laudo da dinâmica do crime fica pronto até quarta-feira", disse Livino ao Correio. "Somente após isso, poderemos nos pronunciar sobre o andamento do caso", disse.

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