As joias roubadas do apartamento do casal Villela tornaram-se importante pista no quebra-cabeça da investigação do caso, que dura 50 dias. Um álbum de fotos de Maria Carvalho Mendes Villela usando algumas peças e os desenhos de outras não registradas em fotografias foi concluído ontem pela Polícia Civil. São 13 peças, entre anéis, colares de ouro, braceletes e uma gargantilha de diamantes avaliada em 28 mil dólares, o equivalente a cerca de R$ 50 mil. Foi com a ajuda da filha do casal assassinado, Adriana Villela, e de fornecedores de joias da advogada que a delegada Martha Vargas, chefe da 1; DP, conseguiu identificar as peças. Pela primeira vez desde o início das investigações, há 51 dias, ela convocou uma entrevista coletiva para apresentar os esboços e as imagens fotográficas.
Adriana, que é arquiteta, desenhou parte das peças roubadas. ;Qualquer pessoa que tenha visto ou saiba alguma coisa sobre o paradeiro dessas joias, por favor, nos procure;, pediu a delegada Martha. A polícia quer chegar aos receptadores das joias. ;Essas pessoas não querem saber a origem das peças, só pensam no dinheiro;, completa a delegada. O caminho das joias pode trazer novas informações que levem a autoria do crime. A partir da localização dos compradores, pode-se encontrar o rastro dos assassinos, creem os policiais.
A estimativa é que R$ 700 mil em joias e dinheiro (entre dólares e euros) foram levados pelos criminosos da casa dos Villela. Os objetos de valor estavam escondidos num fundo falso na parte superior do closet, que não ficava no quarto do casal, mas num cômodo em separado do apartamento. Os agentes viram que o local era usado como cofre, porque uma pequena sacola com joias acabou ficando para trás. Resta ser respondido se Maria Villela foi obrigada a informar onde estavam o dinheiro e os objetos preciosos ou se os criminosos já sabiam onde era o esconderijo.
Pouco ouro
A maioria das pessoas é ornamentada com brilhantes e outros tipos de pedras preciosas. Há muito pouco ouro nelas, o que diminuiria o lucro dos ladrões caso eles optassem por derretê-las. A dificuldade em separar um material do outro e obter o lucro maior pode fazer com que os assaltantes vendam as joias inteiras, que seriam mais rentáveis. Como algumas delas são raras e caras, a polícia espera que alguém as veja e denuncie. ;É possível que alguém tenha visto essas peças sendo mostradas e vendidas;, acredita Martha Vargas. A polícia recebe denúncias e informações sobre o caso por meio do telefone 197. Não é preciso se identificar.
A delegada admite a possibilidade de as joias já terem atravessado a fronteira do DF. Martha Vargas concentra as buscas em cinco estados: Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. ;Quem cometeu esse crime tinha ligação com a família. Porque, se fosse só para roubar, não precisaria matar essas pessoas de maneira tão cruel;, analisa.
Ela delimitou a possível rota de fuga dos assaltantes com base nessa tese. Em quase todos os estados citados, residem familiares e amigos dos Villela. A única localidade que não se enquadra na lógica de tal hipótese é Goiás. ;Porém, ele faz fronteira com o DF;, lembra a chefe da investigação.
[SAIBAMAIS]