postado em 25/10/2009 08:54
A força-tarefa que há um ano mobilizou deputados distritais, promotores de Justiça, delegados de polícia e o governo para desmontar o mercado da morte no Distrito Federal produziu até agora poucos resultados práticos em relação aos serviços prestados nos cemitérios da capital. Muitos dos problemas detectados durante as investigações sobre esse setor persistem.
O Correio percorreu na última sexta-feira as unidades sob a administração da concessionária Campo da Esperança Serviços Ltda. e constatou em quatro dos seis cemitérios: reclamações que deram origem às primeiras suspeitas sobre a má gestão continuam atuais. Depredação dos túmulos, pavimentação insuficiente, falta de sinalização e péssima conservação são apenas alguns dos itens que tornam as deficiências evidentes.
Apesar da cobrança de uma taxa anual das famílias e da ação de jardineiros pagos por particulares, muitos setores carecem de manutenção. %u201CPor mais que a gente pague para a empresa cuidar, nunca vejo isso ocorrer. Então resolvi eu mesmo fazer%u201D, disse o professor Gutemberg Pontes Silva, 26 anos. Com as próprias mãos, na última sexta-feira, ele pintou o túmulo do sogro de branco e fixou a cruz na tampa da sepultura no cemitério de Taguatinga. %u201CAntes o túmulo estava quebrado, com marcas de pegadas. Tive que fazer alguns consertos, porque a família virá no feriado de Finados%u201D, conta.
