No sexto dia de paralisação, servidores do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) realizaram um apitaço na manhã desta terça-feira (27/10). A manifestação teve início às 8h. Por volta das 9h30, cerca de 80 pessoas saíram do estacionamento da sede do Serpro em Brasília, no início da L2 Norte, em direção ao Ministério da Fazenda.
Um carro de som acompanhava os manifestantes tocando o refrão ;Somos do Serpro, acham que somos ;inútil;;, paródia da música ;Inútil;, da banda Ultraje a Rigor. Em frente ao Ministério, representantes de Brasília e de outras regionais pediram o direito à greve e destacaram a importância do serviço prestado pelo órgão.
[SAIBAMAIS]Por volta das 10h30, uma viatura da Polícia Militar chegou ao local. Os policiais pediram que o movimento retirasse o carro de som, sob ameaça de ser guinchado. No entanto, os manifestantes permaneceram no local por cerca de 50 minutos, alegando que realizavam um protesto pacífico. Estiveram presentes representantes dos estados do Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, entre outros.
Durante o protesto, foi lida uma carta aberta, destinada ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, em que os trabalhadores defendem o reajuste salarial ainda neste ano.
Os servidores do Serpro e da Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev) estão em greve desde a última quarta-feira (21/10). A categoria reivindica reajuste salarial de 8,53% e bônus de R$ 3 mil. As empresas ofereceram 5,53% de aumento para este ano, 5,5% em maio de 2010 e um abono de R$ 1 mil em fevereiro de 2010.
Paralisação
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do DF (SINDPD-DF), Djalma Ferreira, cerca de 80% dos servidores da regional de Brasília aderiram à greve. ;O que temos visto é um total descaso com as nossas reivindicações. Esperamos, no mínimo, uma proposta decente;, critica.
Ferreira diz que não há previsão para o fim da greve. ;Vai depender da proposta da empresa. Se não houver condições de cederem ao que queremos, vamos negociar, desde que seja uma proposta cabível;. Segundo ele, a manifestação tem sido pacífica, sem a realização de piquetes. Unidades de vários outros estados do país também estão paradas. Segundo o sindicato, somente a regional de Belo Horizonte não aderiu ao movimento.
Luís Carlos Ferreira, servidor do Serpro há 25 anos, diz que a proposta de reajuste oferecida pelo Serpro somente repõe o índice de inflação. ;Estamos desde maio negociando um reajuste. Esperamos que com esse movimento haja uma mudança;.