Cidades

Falta de energia ficou acima das metas aceitáveis em 13 cidades do DF

Helena Mader
postado em 28/10/2009 08:00
Em quase todas as regiões do Distrito Federal, o número de apagões e a quantidade de horas que os consumidores sofreram com a falta de luz ficaram acima das metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Dados da Aneel mostram que, no ano passado, 13 das 24 regiões pesquisadas pelas equipes de fiscalização tiveram mais falhas do que o aceitável. Por conta de problemas como esses, a agência multou a Companhia Energética de Brasília em R$ 4 milhões só em abril deste ano. O valor é maior do que as autuações registradas em 2007 e 2008. Nos dois anos anteriores, a Aneel aplicou multas que somavam R$ 3,5 milhões. Em um acordo, a CEB conseguiu reverter o pagamento desse valor em investimentos no sistema da capital.

Manoel torce pelo fim dos apagões: Na região que abrange Águas Claras e o Riacho Fundo I, por exemplo, os consumidores ficaram ao todo 17 horas sem energia, quando o padrão estabelecido pela Aneel era de, no máximo, 10 horas sem luz. Nesse mesmo período, as duas cidades tiveram média de 17,4 cortes no ano, quando o aceitável seriam 13 interrupções. As áreas rurais são as mais atingidas pelos apagões. Juntas, as propriedades fora da zona urbana ficaram mais de 90 horas sem luz ao longo de 2008.

As fiscalizações da Aneel são rotineiras e independem de eventos, como grandes apagões. Em uma operação realizada entre março e abril deste ano, as equipes da agência identificaram problemas como falta de investimentos, falhas no ressarcimento de danos causados por quedas de energia, descumprimento de indicadores individuais de continuidade, falta de manutenção e conservação das instalações. A CEB está recorrendo da multa de R$ 4 milhões aplicada depois dessa fiscalização.

Além dos investimentos para a construção de subestações, a direção da CEB quer fazer mudanças também nas redes de transmissão de energia. A ideia é substituir o sistema radial utilizado atualmente por uma rede em anel. Assim, se houver quedas em algum lugar, é possível fazer o abastecimento de energia por outras linhas. ;Em 2010, vamos começar a fazer essa substituição. São investimentos caros, uma linha custa pelo menos R$ 60 milhões. Mas são gastos que terão grande impacto na melhoria do sistema;, explica o diretor de Operação e Manutenção da CEB, Hamilton Naves.

[SAIBAMAIS]Hoje, a energia que abastece os brasilienses vem de Furnas, e das usinas de Corumbá IV e do Lago Paranoá. A partir do mês que vem, a cidade começa a receber energia produzida em Corumbá III, o que vai ampliar em cerca de 5% a oferta na capital federal. Aliada aos investimentos em distribuição, a novidade deve trazer melhorias rápidas para o sistema da cidade.

O empresário Manoel de Freitas Júnior torce pelo fim dos apagões na cidade. Dono de uma indústria de estruturas metálicas no SIA, ele está revoltado com os cortes de luz. Na segunda-feira da semana passada, parte do setor ficou sem energia das 10h às 17h. O problema se repetiu na tarde de sexta-feira. Os 22 funcionários ficaram de braços cruzados e Manoel deixou de faturar quase R$ 40 mil. ;Tenho seis máquinas pesadas e não dá para fazer absolutamente nada sem energia elétrica. O pior é que a gente liga no telefone de atendimento e ninguém explica o que está acontecendo;, conta o empresário.

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