Cidades

Crime na 113 Sul: pedido de prorrogação do inquérito é analisado pelo MP

Guilherme Goulart
postado em 03/11/2009 08:09
Espera-se para hoje definição sobre a prorrogação do inquérito que apura os assassinatos do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69; e da principal empregada da família, Francisca Nascimento da Silva, 58. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) avaliará a papelada dos primeiros 60 dias de investigação para se manifestar sobre a possibilidade de dar mais um mês para a 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) concluir o inquérito. Não se descarta a hipótese, porém, de o caso ser trocado de unidade policial.

Após dois meses, os investigadores não encontraram provas capazes de vincular ou identificar os responsáveis pelo triplo homicídio. Os crimes ocorreram em 28 de agosto no apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul. A polícia localizou os corpos três dias depois. Desde então, há dois homens detidos, que teriam sido vistos por testemunhas na noite das mortes. Mas nenhum deles acabou indiciado. Os exames realizados no local do crime não ficaram prontos. O mais importante deles, feito em um dos carros apreendidos com um suspeito, também não ajudou a polícia. O sangue encontrado não é dos Villela.

Apesar dos problemas, fontes ouvidas pelo Correio consideram difícil o inquérito ser repassado neste momento para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra Vida (Corvida) ; a unidade especializada em homicídios recebe os casos não concluídos pelas delegacias de cada cidade do DF. A cúpula da corporação, por exemplo, classificou como ;retrocesso; uma possível troca. E o criminalista Raul Livino, conselheiro designado pela Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF) para acompanhar as investigações, não acredita em alterações.

Hipóteses
O promotor Maurício Miranda, do Tribunal do Júri de Brasília, deve receber hoje as peças do inquérito. A exemplo do fim dos primeiros 30 dias de prazo para conclusão do caso, será ele o responsável por definir a prorrogação ; na época, ele negou pedido da polícia em estender o tempo de apuração para 60 dias e optou por dar mais 30. Miranda, assim, mais uma vez avaliará o trabalho policial e as linhas de investigação. Evitou, no entanto, fazer análises ou adiantar conclusões. ;Só poderei falar alguma coisa depois de receber o inquérito. Agora, seria prematuro;, afirmou ontem ao Correio.

[SAIBAMAIS]Por enquanto, os investigadores trabalham com as hipóteses de latrocínio (roubo com morte) e crime por encomenda. Mas admitem uma junção das duas. Os assassinos teriam sido contratados para matar o casal de advogados e, em troca, poderiam levar tudo o que encontrassem de valor no imóvel. A polícia acredita que eles tenham fugido com US$ 700 mil em joias e dólares, encontrados em um fundo falso. Os primos D. e A. estão presos como suspeitos. D. é acusado de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo.

Outro crime
O Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil conseguiu decifrar o código genético do DNA de manchas de sangue encontradas no carro apreendido com um dos suspeitos do triplo homicídio. Mas o material biológico não bateu com a sequência genética de nenhuma das vítimas. Mesmo assim, a polícia vai investigar a pista, pois acredita que um outro crime ocorreu no veículo.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação