Guilherme Goulart
postado em 05/11/2009 00:49
A polícia pediu nesta quarta-feira (4/11) mais dois mandados de prisão para serem executados contra dois homens apontados como suspeitos de envolvimento com o triplo assassinato na 113 Sul. A delegada Martha Vargas encaminhou a solicitação ao Tribunal do Júri de Brasília. Porém, até meia-noite, o requerimento não havia sido deferido. A delegada também deu entrada no pedido de prorrogação do inquérito. A titular da 1; Delegacia (Asa Sul) quer mais um mês para elucidar o assassinato do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69; e da principal empregada deles, Francisca Nascimento da Silva, 58. A reportagem apurou com uma fonte policial que os dois novos suspeitos de terem participado do triplo homicídio ocorrido em 28 de agosto já estariam detidos na unidade policial da Asa Sul desde ontem. Eles estariam sendo mantidos no local na condição de testemunhas, pois a Justiça considera ilegal qualquer detenção, salvo casos em flagrante, de pessoas sem a autorização do tribunal competente. A polícia tenta estabelecer uma relação deles com os outros dois presos também apontados de terem envolvimento com o crime cometido cometido no apartamento dos Villela (o 601/602 do Bloco C da SQS 113). [SAIBAMAIS]
No fim da noite de ontem, o advogado de um dos dois homens esteve na 1; DP para conversar com Martha Vargas. Segundo Edmar Vieira de Santana, seu cliente ; identificado como A.P. ; fora detido na noite da última terça-feira em casa, no Núcleo Bandeirante. "A delegada me disse que ele estava com a chave do apartamento dos Villela", afirmou o defensor. De acordo com ele, a chave teria sido deixada na casa de A.P. por um pedinte a quem o homem ajudara anteriormente. "Vim à polícia para verificar por que meu cliente está detido. A delegada me garantiu que não se trata de uma prisão para averiguação, especialmente porque isso seria inconstitucional, mas também não me mostrou o mandado", disse Santana.
Sem indiciamento
Além da dupla presa recentemente, os primos identificados como D. e A. estão detidos desde o fim de setembro e o início de outubro, respectivamente. Apesar das suspeitas de envolvimento deles no triplo homicídio, não foi encontrada uma prova irrefutável que garantisse o indiciamento. E a prisão temporária da dupla perderá a validade nos próximos dias.
Ontem, Martha Vargas ouviu novamente um dos porteiros que trabalham no Bloco C. Francisco José Filho, 55, ficou por aproximadamente duas horas. Ele não quis falar com a imprensa. Às 18h25, o delegado cartorário Wellington Barros saiu da 1; DP para levar ao Tribunal do Júri as peças do inquérito sobre o caso Villela, com o pedido de prorrogação anexado.
O promotor Maurício Miranda, do Tribunal do Júri de Brasília, recebeu no início da noite de ontem o material elaborado pelos policiais que investigam há mais de 60 dias o triplo homicídio (a apuração começou na noite de 31 de agosto, quando os três corpos foram encontrados). Ele avaliará a papelada para decidir se oferece mais 30 dias para a 1; DP tentar resolver o mistério em torno da mortes do casal Villela e de Francisca Silva. Não se descarta a hipótese de o caso ser trocado de unidade policial. Poderia ser repassado, por exemplo, para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), especializada em homicídios.
Miranda estudará principalmente as linhas de investigação levantadas pela polícia desde o início do caso. O promotor evitou antecipar sua decisão. Foi ele quem não aceitou os 60 dias de prazo extra pedidos pela polícia ao fim do primeiro mês de investigações. Àquela época, optou por mais 30.