Cidades

Saída de estudante com prova do Enade antes da hora causa confusão em escola de Brasília

postado em 08/11/2009 16:18
Em pelo menos um centro de ensino de Brasília, a aplicação da prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) não transcorreu com tranquilidade. Um estudante da Universidade de Brasília (UnB) saiu com o caderno de provas de dentro do Centro de Ensino Funamental 07 apenas 15 minutos depois do início do exame.Ao ter acesso à prova do lado de fora, estudantes da UnB usaram um megafone para ler as questões e pedir boicote

Apesar de as regras do Enade determinarem que os fiscais só deveriam permitir a saída dos cadernos após as 16h, alunos que aguardavam do lado de fora da escola contam que ele não teve dificuldades para sair com o documento. A aplicação da prova começou às 13h.

;Ele simplesmente saiu com a prova na mão, entregou para a gente aqui fora e foi embora;, explicou o estudante de comunicação social, e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, Jerônimo Calório Pinto.

Os responsáveis pela organização da prova no centro de ensino, que não quiseram gravar entrevista, não sabem explicar o que houve e não reconhecem que a prova tenha saído daquele colégio. Segundo eles, cada uma das 16 salas contam com dois fiscais e um aplicador que foram treinados para evitar esse tipo de problema.

Ao ter acesso à prova do lado de fora, os estudantes ligados ao DCE que optaram por não fazer o exame decidiram boicotar quem estava dentro do colégio. Com um megafone, eles liam as questões e solicitavam aos alunos que não respondessem às perguntas da prova.

;Eu até vim disposto a fazer a prova direito, mas quando cheguei vi que as questões eram ridículas, a parte geral era totalmente política. A abordagem deles das novas mídias, no caso da prova de jornalismo, é rasa e deturpada;, contou o estudante Marcos Vinícios Lacerda, que preferiu sair mais cedo da prova.

Neste ano, a União Nacional dos Estudantes (UNE) não orientou os alunos a boicotar o Enade, como fez nos últimos dois anos. De acordo com o presidente da UNE, Augusto Chagas, algumas reivindicações da organização foram atendidas pelo governo, que alterior o sistema de avaliação das instituições.

;A nossa crítica tinha a ver com a implementação do conjunto do Sinaes [Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior]. O projeto era muito mais complexo e, na nossa opinião, o Ministério da Educação vinha divulgando dados com timidez, que mais confundia do que dava resultados. Eles fazia ranking das instituições baseado na nota dos estudantes;, explicou Chagas.

Segundo ele, a partir deste ano foram implementadas mudanças como o questionário com os estudantes a respeito da faculdade que cursa e outros elementos para avaliar a própria universidade. ;Então, resolvemos dar um voto de confiança, não fazendo o boicote;, completou o presidente da UNE.

Mas os argumentos não convenceram os integrantes do DCE da UnB, que alegam não terem sido informados sobre o fim do boicote e continuam considerando que a prova é uma forma de avaliação apenas do desempenho dos estudantes. Segundo Jerônimo Pinto, o boicote também foi uma forma de mostrar a ;desorganização; e o ;desleixo; na aplicação do Enade.

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