Cidades

IPI não inibe vendas de veículos no DF

O comércio de carros no DF se mantém em alta mesmo com a volta do imposto. Em outubro, foram compradas 11.222 unidades

Mariana Flores
postado em 11/11/2009 08:50
A venda de carros novos no Distrito Federal bateu recorde em outubro, primeiro mês em que o governo federal voltou a elevar, gradativamente, as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O fim do benefício não foi suficiente para desaquecer o mercado de automóveis. No mês passado, as concessionárias venderam 11.222 unidades, 6,2% mais que em setembro, mês de corrida às lojas para aproveitar a isenção, e 68% acima do comercializado outubro do ano passado. Um resultado inédito para um único mês, o que surpreendeu os empresários do setor.

O comércio de carros no DF se mantém em alta mesmo com a volta do imposto. Em outubro, foram compradas 11.222 unidades;O volume de outubro nos surpreendeu. Mas ocorreu porque muitas concessionárias já estavam com carros nos pátios e conseguiram manter o preço de antes do ajuste de IPI e também porque como as vendas no fim de setembro foram aquecidas, algumas podem ter faturado vendas de setembro em outubro;, avalia Ricardo Lima, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do DF (Sincodiv/DF), responsável pelo levantamento.(1)

De janeiro a outubro foram vendidos 95,5 mil, 17% mais do que o mesmo intervalo do ano passado, quando foram comprados 81,5 mil carros. A redução do IPI começou em dezembro de 2008 e foi uma das medidas adotadas pelo governo federal para aquecer a economia brasileira e evitar demissões devido à crise econômica. A medida aqueceu o setor em todo o país. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que foram comercializados 2,6 milhões de automóveis nos 10 primeiros meses do ano, 6,1% mais do que igual período do ano passado. A expectativa dos empresários é que as vendas se mantenham em alta. ;Temos outros fatores que podem ajudar daqui para frente, como a queda das taxas de juros e os prazos prolongados;, afirma Lima.

Foi a possibilidade de dividir em até 60 vezes que seduziu a servidora Analice Andrade de Souza, 42 anos. Mesmo analisando a possibilidade há algumas semanas, ela só comprou ontem o desejado veículo zero quilômetro. ;Eu e meu marido dividíamos o carro, mas decidimos que cada um deveria ter o seu. Pesquisei os preços por um tempo, mas só agora decidi. Então, comprei mesmo com o imposto mais alto. A prestação agora cabe no bolso;, conta. A morada de Planaltina não deu entrada e pagará 60 prestações de R$ 663.

O valor mensal que cabe no bolso é o que mais conta para os consumidores, segundo o professor da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Porto, do grupo Consuma, que estuda o comportamento do consumidor. ;A queda do IPI ajudou a incentivar, mas as vendas já estavam aquecidas, em função dos prazos longos e dos juros mais baixos. Em Brasília, soma-se o fato de grande parte dos trabalhadores serem servidores, que não sofreram ameaça de desemprego com a crise.;

1 - Pesquisa
O levantamento do Sincodiv/DF é feito mensalmente em 47 concessionárias do Distrito Federal. A entidade usa como fonte de dados informações das empresas associadas e os emplacamentos de carros novos feitos pelo Detran

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