Cidades

Dia Mundial: 135 mil brasilienses sofrem de diabetes

postado em 12/11/2009 13:24

Neste sábado (14/11) é o Dia Mundial do Diabetes. Este ano o tema da campanha é ;Diabetes - Educar para Prevenir;. A mobilização de conscientização da doença é realizada no Brasil desde 2007 e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Brasília, uma programação no Parque da Cidade, neste fim de semana, oferecerá uma extensa programação a população que vai de palestras a atividades recreativas.

O Distrito Federal, segundo cálculos do Programa de Educação e Controle de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (PECD -SES/DF), tem hoje cerca de 135 mil diabéticos, ou seja, 5,4% da população total da capital federal. Este número se refere a apenas os que sabem que estão doentes, já que, segundo o Ministério da Saúde, um em cada dois diabéticos desconhecem o risco pelo qual passam.

A assistente social Geraldina Simão, 84 anos, é portadora do tipo 2 da doença há quatro anosA assistente social Geraldina Simão, 84 anos, é portadora do tipo 2 da doença há quatro anos. Conhecida por Diná, ela é a atual presidente da Associação dos Diabéticos de Brasília (ADB) e uma de suas fundadoras. Lúcida e ativa, inclusive dirigindo o próprio carro, ela explica que a ;gordura; e a ;idade; a levaram a desenvolver diabetes. Em 1987, quando Diná e outros voluntários da Cruz Vermelha que atuavam no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) fundaram a associação, não havia indício da doença que a preocupasse além da predisposição genética. "Minha mãe tinha diabetes e morreu cega", diz.

Diná descobriu-se doente por um acaso. ;Fui fazer uma glicemia e brinquei: quer ver como a minha está baixinha? E não estava baixinha. Estava alta. Aí, daquele dia em diante, comecei a fazer a dieta;. Ela comenta que vive normalmente e não tem grandes dificuldades em lidar com a alimentação. ;A única restrição é que eu sou obrigada a fazer exercício;. A octagenária ainda alerta para a falta de sintomas mais sensíveis que possam denunciar o diabetes. ;A doença é surda, não se sente nada. Quando começa a aparecer ferida que não sara ou qualquer coisa parecida é que a coisa já está há muito tempo enraizada;.

Doença silenciosa

A endocrinologista e coordenadora do Programa de Educação e Controle de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, explica que o diabético pode passar por uma evolução silenciosa da doença que pode chegar a até 12 anos. A falta de percepção nesses casos explicaria o percentual de 50% de desconhecimento da patologia entre os diabéticos. Ainda segundo a endocrinologista, a ausência de uma pesquisa ampla como o Censo Nacional de Diabetes ocorrido entre 1986 e 1988, acaba por impedir que se conheça a real dimensão do problema no Brasil.

E para alertar sobre esse risco e esclarecer as verdades da doença, um evento está programado no Parque da Cidade neste sábado (14/11). Das 8h às 14h, serão realizadas palestras, atividades físicas, aferição da glicemia e sorteios de brindes (Confira abaixo a programação).

Mas talvez a mobilização que mais irá atrair os brasilienses é a iluminação, em cor azul, da Ponte JK, da Torre de TV e do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios. A ideia de iluminar monumentos urbanos foi lançada em 2007 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e ganhou boa repercussão ano passado, quando, segundo o Ministério da Saúde, mais de 300 lugares foram alvos da ação no Brasil. O azul é o mesmo da bandeira das Nações Unidas, que representa a união entre os países; neste caso, pela causa do diabetes.


Diabetes no Brasil

Dados do Ministério da Saúde indicam uma prevalência de 5,3% da doença no Brasil na população igual ou maior de 18 anos, ou 7,5 milhões de pessoas enfermas. Mas o número se restringe aos que se dizem portadores da doença e não consegue atingir aqueles que desconhecem o estado patológico. Já a Sociedade Brasileira de Diabetes calcula o número de diabéticos no país em mais de dez milhões.

No mundo

Estima-se que haja cerca de 250 milhões de pessoas com diabetes no mundo. Destes, cerca de 50% não sabem que tem a doença.


A doença

Os tipos 1 e 2 são definidos como os mais comuns do diabetes. O 1, ocorre quando o organismo deixa de produzir um hormônio chamado insulina, essencial para metabolizar o açúcar, a principal fonte de energia do ser humano. Não se sabe ao certo os fatores responsáveis por essa variação do diabetes. Pode ser herança genética, agressão por determinados tipos de vírus, como o cocsaquie, ou uma perda emocional. As células produtoras de insulina são danificadas e o doente acaba por ter que injetar o hormônio pelo resto da vida.

Já o tipo 2, cerca de oito a dez vezes mais comum que o 1, é também hereditário, mas possui grande relação com a obesidade e o sedentarismo, sendo que de 60% a 90% de seus portadores são obesos. Neste tipo, a glicose não é absorvida suficientemente pela corrente sanguínea e o organismo tem a anomalia chamada de ;resistência insulínica;, ou seja, quando a insulina tem de alguma forma sua ação barrada. O lado positivo é que esta variação da doença tem grande chance de responder a apenas o tratamento com exercício físico e dieta adequada.


Serviço

Parque da Cidade

8h às 14h: atrás da administração

* Palestras voltadas à educação, prevenção e monitoramento de glicemias;

* Atividades físicas e recreativas variadas (alongamento, ginástica, corridas, danças, gincana e outras);

* Aferição da glicemia dos diabéticos presentes;

* Sorteio de glicosímetros (aparelho que mede glicose) e outros brindes surpresa.

20h: Iluminação da Ponte JK, Torre de TV e Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios.


Recanto das Emas

A ONG Saúde até Você estará na área da praça e do estacionamento da Quadra 103/104 (em frente às Casas Bahia), das 8h às 13h. Vários procedimentos na área de saúde serão feitos, tais como: medição dos índices de massa corporal (IMC), pressão e glicemia; avaliação nutricional e médica; orientação sobre medicamentos para diabéticos e até eletrocardiograma.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação