Neste mês, algum motorista vai receber a multa número 1 milhão aplicada este ano pela fiscalização eletrônica no Distrito Federal. De 1; de janeiro a 30 de outubro, pardais e fotossensores flagraram 973.705 mil motoristas, que excederam o limite de velocidade, avançaram o sinal vermelho ou pararam sobre a faixa de pedestre, segundo dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran). Uma média de aproximadamente 97 mil infrações mensais.[SAIBAMAIS]
As multas eletrônicas correspondem a 74% do total registrado pelo Detran este ano. Até o mês passado, agentes de trânsito, radares e fotossensores registraram, juntos, 1.304.652 infrações. Pela projeção, o índice deste ano superará o de 2008, que foi de 1.058.543 flagrantes, com média de 88.111 mil autuações mensais.
Para o gerente de Fiscalização do Detran, Silvain Fonseca, o crescimento das autuações eletrônicas se dá porque o motorista não presta atenção à sinalização. Segundo ele, há uma boa distribuição de placas para informar as restrições nas vias do DF. Outro fator apontado por Silvain é o trabalho diuturno dos agentes. "Aqui em Brasília, temos a cultura da abordagem", explica.
Apressados
O excesso de velocidade continua como a principal causa de multa aos brasiliense. Nem as placas ao longo das vias, avisando a velocidade máxima permitida, nem os painéis luminosos nas lombadas eletrônicas, amplamente instalados no ano passado, inibem a pressa dos motoristas. Nste ano, são 770 mil autuações.
Avançar o sinal é a segunda infração mais flagrada pelos sensores. Em 10 meses, agentes de trânsito e fiscalização eletrônica aplicaram 184.935 multas por passar o sinal vermelho. O balanço divulgado pelo Detran não especifica quantos veículos desrespeitaram a faixa de pedestre.
GPS
Há no DF atualmente 270 radares e barreiras eletrônicas, segundo o Detran. Um dispositivo que ajuda a localizá-los tem conquistado adeptos. É o GPS (Global Positioning System), um pequeno aparelho com funcionamento via satélite. Sua função principal é indicar o melhor caminho, mas, para motoristas como o psicólogo Iron Chaves, a maior vantagem é evitar multas.
Iron comprou o GPS em julho, no exterior, para se localizar em cidades desconhecidas. De volta ao Brasil, ele inseriu a função detectora de radares e diz que o investimento compensa. "Quando a gente está com pressa, freia a 60 (km/h) em todos os pardais que você não sabe a velocidade. E ele te diz se é a 70 (km/h), a 80 (km/h)", explica.
Existem vários modelos no mercado. No menor e mais simples, quando o motorista está acima da velocidade permitida na via, um alerta avisa a proximidade do radar. Todas as barreiras e os radares eletrônicos nas grandes capitais do país estão, em tese, cadastrados no sistema.
Segundo o empresário Bruno Venâncio, a procura pelo dispositivo tem aumentado desde 2007. Em média, ele vende 10 unidades por dia. "A procura é bem grande porque Brasília é, proporcionalmente, uma das cidades do Brasil que mais tem radar e as pessoas têm problema com multa, por distração, normalmente."
O gerente de fiscalização do Detran não aconselha a utilização dessa função do GPS. "É chover no molhado. Uma vez que toda a sinalização é colocada com antecedência em relação ao equipamento (pardal e barreira eletrônica). O que faz a diferença é o respeito à legislação de trânsito", argumenta. De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contan), não há regulamentação específica sobre esse tipo de dispositivo.
Confira a reportagem sobre o uso de GPS veiculada no Correio Notícias do dia 03/11: