postado em 15/11/2009 08:18
Apesar dos rumores surgidos dentro da própria polícia de que o crime na 113 Sul estaria elucidado com a prisão de mais um suspeito, a caçada aos autores do triplo assassinato continua. É o que revela uma fonte policial ouvida pelo Correio. Segundo ela, a equipe liderada pela delegada-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Martha Vargas, reforçada por duas delegacias especiais, ainda procura por mais gente que tenha relação com as mortes do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69; e a principal empregada da casa, Francisca Nascimento da Silva, 58. O triplo homicídio ocorreu em 28 de agosto - os corpos só foram encontrados três dias depois.
[SAIBAMAIS]Por enquanto, não há solicitação de novos mandados de prisão. Mas agentes da 1ª DP estão nas ruas em busca de integrantes de uma suposta quadrilha da qual fazem parte Alex Peterson Soares, 23, Rami Jalau Kaloult, 28, e Cláudio José de Azevedo Brandão, 38. Este foi o último a ser preso, por conta de mandado cumprido na sexta-feira. Contra ele, pesavam duas ordens judiciais de prisão, ambas expedidas no último dia 13: uma pela 3ª Vara Criminal de Taguatinga (envolvimento em roubo) e outra pelo Tribunal do Júri de Brasília (suspeita do latrocínio da 113 Sul). Alex e Rami foram detidos em 3 de novembro.
Relacionamento
Embora o inquérito policial que investiga o triplo homicídio tramite em segredo de Justiça, o Correio recebeu a informação de uma fonte de que a polícia continua trabalhando com a hipótese de que Cláudio e Francisca Nascimento manteriam um caso. Isso reforçaria a linha policial de que a empregada teria facilitado a entrada do suspeito no apartamento onde foram assassinados o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a mulher dele, além de Francisca. "Ele está começando a abrir (falar) as coisas. Logo confirmará isso", disse a fonte. Tanto a família da empregada quanto a mulher de Cláudio, que se identificou como Gláucia, negam esse relacionamento extraconjugal.
Ordem judicial
O Tribunal do Júri de Brasília determinou na quarta-feira que inquérito deixasse a 1ª DP e seguisse para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida). A Polícia Civil do DF criou, então, uma força-tarefa. A Corregedoria da corporação agora lidera a investigação com a ajuda da Corvida e da Delegacia de Repressão a Roubos (DRR). Mantém, porém, equipe da 1ª DP.
Cláudio depõe
Cláudio passou a primeira noite da prisão no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Por volta das 13h de ontem, uma equipe da 1ª DP levou o preso à unidade da Asa Sul, onde a delegada Martha Vargas o aguardava. Os dois e o diretor do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), André Victor do Espírito Santo, se reuniram por duas horas e meia.
Por volta das 15h30, Martha deixou a 1ªDP de carro com um homem todo encoberto. Fontes disseram que se tratava do próprio Cláudio. Uma equipe de policiais teria levado o preso para que ele ajudasse a esclarecer detalhes do depoimento. A delegada voltou à 1ª DP, às 19h40. André Victor, logo depois. O homem disfarçado não estava com eles.
Até agora, Cláudio negou participação no triplo assassinato e uma possível relação fora do casamento. A prisão temporária dele vencerá na quarta-feira. Mas a polícia deve pedir a preventiva antes do fim do prazo. "Embora a outra prisão (preventiva) vença daqui a 29 dias, vamos pedir um novo prazo. Pois, quem sabe, ele não queira colaborar?", disse André Victor.
Últimas movimentações
3 de novembro
A 1ª DP prende um homem por uso de crack e leva outro como testemunha. Eles moram em Vicente Pires e estavam com uma chave que abre o imóvel dos Villela
4 de novembro
Expedidos os mandados de prisão contra os dois detidos.
6 de novembro
O Instituto de Criminalística divulga laudo com a dinâmica parcial do crime. Pelo menos dois bandidos entraram no apartamento dos Villela e usaram duas facas.
11 de agosto
A Justiça manda que os trabalhos de apuração passem da 1ª DP para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida).
0
A 1ª DP continua no caso porque a Polícia Civil afirma não ter sido notificada da decisão judicial. Novo suspeito depõe.
13 de novembro
O homem que depusera no dia 12 é detido.