postado em 16/11/2009 19:54
Enquanto o Brasil registrou queda na venda de veículos em outubro, em razão do fim da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo, o Distrito Federal conseguiu obter no mês passado não apenas uma alta na comercialização de automóveis como o melhor resultado de 2009 e o recorde dos últimos seis anos para o período, a despeito do retorno do tributo.
[SAIBAMAIS]A Federação Nacional de Distribuição de Veículos (Fenabrave) divulgou, no último dia 4 de novembro, que houve um recuo de 4,46% nos emplacamentos de outubro com relação a setembro em todo o país. A quantidade de unidades vendidas caiu de 456.482 para 436.139. No DF, 11.222 unidades foram vendidas no mês fatídico após o fim da desoneração, 6,23% a mais do que no mês anterior. Em comparação com o mesmo mês de 2008, quando 6.668 carros foram vendidos, também houve alta, de 68,3%.
A marca bate todas as alcançadas este ano. Segundo dados do Sincodiv-DF, foram 8.392 emplacamentos em janeiro; 7.973 em fevereiro; 10.439 em março; 6.744 em abril; 9.797 em maio; 11.203 em junho, mês em que começou a vigorar o IPI reduzido; 10.457 em julho; 8.732 em agosto; e 10.464 em setembro, último mês do benefício concedido à indústria automobilística.
Surpreendentemente, os 11,2 mil carros vendidos em outubro deste ano também superam todos os resultados obtidos no mesmo mês desde 2003. Além da alta sobre 2008, no mesmo mês de 2007, 8.138 unidades foram vendidas; em 2006, 6.154; em 2005, 3.922; em 2004, 4.029; e em 2003, 3.907.
Negociação
O presidente do Sincodiv-DF, Ricardo Lima, afirma que as concessionárias locais trabalharam para manter o rítmo de vendas após o fim da desoneração do IPI. De acordo com ele, a maioria delas entrou em negociação com as montadoras em busca de equilíbrio financeiro para continuar vendendo a juros baixos. Em campanhas televisivas de divulgação, anunciavam a manutenção das mesmas condições dadas aos clientes nos meses de imposto zerado.
"Houve negociação para as concessionárias absorverem um pouco dos custos com a volta do IPI e as montadoras outro tanto para que pudéssemos vender. O resultado compensou", diz Lima.
Ele acredita, ainda, que um fator que pode ter contribuído para as vendas em alta em outubro é o fato de muitos contratos terem sido fechados com o cliente no final de setembro e faturados apenas no mês seguinte.