O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal já tem um novo presidente. Roberto Policarpo foi o vencedor da eleição com 5.373 votos, cerca de 75% dos votos válidos. Participaram da eleição 7.847 filiados do PT-DF. Roberto Policarpo concorreu com quatro adversários, entre os 12 nomes que se inscreveram inicialmente para disputar os votos da militância.
A principal missão de Policarpo, que deverá suceder o companheiro de tendência Chico Vigilante, será intensificar as conversas com dirigentes de outros partidos para buscar aliados para a disputa eleitoral do próximo ano. A vitória de Policarpo tem um significado para a campanha de 2010 porque representa um acordo para o fim do embate de meses entre Agnelo e Magela.
Confira entrevista de Roberto Policarpo para a jornalista Ana Maria Campos do Correio Braziliense:
Caso se confirme a vitória, o que muda no PT com o senhor na presidência?
Pela primeira vez na história do PT, a gente conquista uma presidência com tanta unidade. Isso significa que a gente vai construir um processo de diálogo permanente não só com aqueles que nos apoiaram, como também com os que mantiveram as candidaturas.
Dessa vez, não houve troca de acusações. O que mudou?
Foi um processo democrático, debate de ideias. Por isso, dá para começar processo novo, coisa que o Chico (Vigilante) não teve condições de fazer. O PED anterior foi muito tumultuado. O partido estava dividido. Nesse processo, o resultado é outro. A militância participou mais, sem disputa acirrada. Dá uma liberdade maior para trabalhar e enfrentar os desafios que vêm para a frente.
O senhor terá mais legitimidade para falar em nome do partido e tomar decisões?
Com certeza, terei mais legitimidade. Mas é preciso levar em conta que sempre discutirei com o conjunto, com a militância, com as forças políticas que compõem o PT, para que quando eu falar, fale em nome de todos. Não terei o estilo de ter posições pessoais ou só da minha corrente.
O que foi negociado para a retirada das candidaturas do grupo do deputado Geraldo Magela?
Fizemos uma discussão política, uma construção que unifica o partido em torno da candidatura do Agnelo (Queiroz) ao governo e o Magela ao Senado. Significa que o PT terá um candidato a governador e um ao Senado para disputar para valer. É uma composição que a própria militância já pedia há muito tempo.
O PT vai para as negociações com os outros partidos para a montagem das alianças eleitorais oferecendo a vice e a segunda candidatura ao Senado?
Nós não vamos oferecer a segunda vaga e sim uma das vagas ao Senado. Temos ainda a vice. Queremos definir com os partidos a melhor chapa. Mas o PT apresentará esses dois nomes.
O senhor esteve de manhã na convenção do PDT. O que significa?
É uma sinalização que a gente quer fazer aliança. O PDT deve sair na coligação nacional com o PT e a gente espera que possa construir essa aliança também no DF, mas sabendo que nós teremos um candidato ao Senado, que é o Magela. Precisamos conversar com PT, PCdoB, PSB e outros que estão na chapa nacional.
Com informações de Ana Maria Campos