Cidades

Banco de Brasília tem lucro recorde

Nos primeiros nove meses deste ano, o banco faturou R$ 134,4 milhões e supera todos os resultados dos últimos 43 anos

Mariana Flores
postado em 26/11/2009 08:10

O Banco de Brasília (BRB) registrou nos nove primeiros meses de 2009 o maior lucro de sua história. Os R$ 134,4 milhões acumulados de janeiro a setembro superaram os resultados de todos os anos desde 1966, quando o banco foi criado. O volume é 15% superior ao faturado em 2008 e equivale a quatro vezes o lucro de cinco anos atrás (veja quadro abaixo).

O salto é resultado de uma reorganização societária, de um enxugamento nas despesas, de uma expansão do leque de ofertas de produtos e serviços, e de um foco maior na modernização, além de um investimento maior na mão de obra. ;Com toda a crise que afetou o mundo e o Brasil de alguma forma neste ano, conseguimos em nove meses um resultado maior do que qualquer lucro anual da história do banco. Não temos problema de liquidez, nem de inadimplência. Vínhamos em um processo de melhoria de gestão, o que ajudou a mitigar os efeitos da crise e atingir esse resultado;, afirma o presidente do BRB, Ricardo de Barros Vieira.

Os bons números podem ajudar a instituição a se manter com as próprias pernas. Há pelo menos dois anos, a venda do banco vinha sendo negociada com o Banco do Brasil. Mas, há alguns meses, a transação está parada e o governador José Roberto Arruda chegou a descartar a venda. O negócio era discutido como uma opção para salvar o banco, que enfrentou dificuldades de capitalização nos últimos anos. O resultado recorde de 2009 foi obtido, segundo Barros Vieira, por meio de uma redução das despesas e de investimentos em competitividade.

Nos últimos meses, o banco passou por um processo de revisão contratual, para eliminar os contratos emergenciais e priorizar as contratações feitas por meio de licitações. O portifólio do banco teve acréscimo de opções de crédito, financiamentos imobiliários, cartões e seguros. Os clientes passaram a ter crédito pré-aprovado, podendo pegar o empréstimo diretamente na máquina de autoatendimento, sem precisar passar por um funcionário. A maioria dos bancos brasileiros já oferecia a possibilidade.

O BRB quer se tornar mais competitivo para brigar pelos clientes a partir de 2012, quando entra em vigor a portabilidade bancária, que permitirá aos servidores públicos escolherem a instituição em que querem receber seus salários ; o que pode gerar uma perda da base atual, já que mais da metade dos 400 mil clientes são funcionários do Governo do Distrito Federal. Um dos principais focos será o investimento em serviços. Como reconhece Barros Vieira, os produtos são parecidos em qualquer instituição: ;A eficiência é o que pode proteger o banco a partir de 2012. Se o cliente está satisfeito com o tratamento que tem em um banco, por que mudar? Cartão ou seguro são os mesmos em qualquer instituição;.

Novos funcionários
Uma das estratégias para melhorar o atendimento é o investimento no quadro de funcionários. A previsão é que o número de trabalhadores tenha um incremento superior ao das 213 vagas previstas no último edital. ;Precisamos de 200 pessoas para recrutamento imediato, mas, com certeza, deve ser necessária a contratação de um número maior do que esse, principalmente, para fazer face à expansão do banco;, afirma Barros Vieira. Os aprovados entram no banco incluídos no novo plano de cargos e salários, em vigor desde julho último, que, de acordo com o executivo, permitiu ao banco pagar salários mais competitivos, aumentando as chances de reter o funcionário.

Outro projeto para garantir maior competitividade é aproximar o banco do cliente. O número de correspondentes bancários deve passar dos atuais 100 para 500 até meados de 2010. Nos próximos 15 dias, o primeiro deles será lançado em Sobradinho II. Ao longo do primeiro sementre do ano que vem, todas as 660 máquinas de autoatendimento serão trocadas por outras mais modernas e preparadas para a leitura de cartões de chip. No primeiro trimestre de 2010, serão inauguradas agências em Cuiabá (MT) e em Campo Grande (MS), numa tentativa da instituição de se tornar um banco regional, o que pode ajudar a crescer, quando o BRB não tiver mais o cliente cativo, como ocorre atualmente.

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