Cidades

PF investiga suposta distribuição de recursos ilegais à base aliada do GDF

postado em 27/11/2009 18:00

<i>Agente carrega documentos apreendidos na Câmara Legislativa: PF investiga suposto esquema de pagamento de mesada do GDF à base aliada</i>A Polícia Federal investiga a suposta distribuição de recursos ilegais à base aliada do Governo do Distrito Federal. As investigações tiveram o apoio do secretário de Relações Institucionais do GDF e ex-delegado da Policia Civil, Durval Barbosa, que aceitou colaborar em troca de uma punição mais branda em outro caso de corrupção, revelado pela Operação Megabyte, ainda na gestão de Joaquim Roriz. Barbosa está envolvido, ainda, em outros escândalos, como irregularidades na terceirização de serviços prestados pelo Instituto Candango de Solidariedade (ICS) e pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Segundo despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ex-secretário aceitou que fossem instalados em suas roupas equipamentos de escuta ambiental. Em função disso, foi aberta a ele a participação no programa de proteção de testemunhas da Polícia Federal.

De acordo com o STJ, uma quantia de R$ 400 mil teria sido entregue pelo governador José Roberto Arruda para Barbosa, em 21 de outubro de 2008, a fim de que fosse repassada ao chefe da Casa Civil do GDF, José Geraldo Maciel. De lá, ainda de acordo com o despacho, o dinheiro "seria dissipado em diversos pagamentos menores a pessoas ainda não identificadas". Outros R$ 200 mil teriam o mesmo destino.

[SAIBAMAIS]Segundo o STJ, as empresas Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet repassaram as quantias que estão sendo rastreadas pela Polícia Federal. Além das empresas, três pessoas teriam participado do repasse.

José Valente, secretário de Educação do DF, teria recebido R$ 60 mil da InfoEducacional, Domingos Lamoglia, membro do Tribunal de Contas do DF, seria um dos operadores do esquema de 2002 e Gilberto Lucena, um dos proprietários da Linknet, teria encaminhado R$ 34 mil a Durval, após ter seu crédito reconhecido pelo GDF em um montante de R$ 34 milhões.

O despacho informa ainda que o objetivo das apreensões realizadas nesta sexta-feira é "buscar e apreender indícios que atribuem a comprovar o vínculo mantido entre os integrantes do grupo investigado e qual a participação de cada destinatário em atos ilícitos".


Histórico
Em fevereiro de 2006, Durval Barbosa foi afastado da direção da Codeplan por improbidade administrativa. Já em maio do mesmo ano, Barbosa passou a fazer parte do primeiro escalão do GDF, durante a gestão de Maria de Lourdes Abadia. Na época, ele era alvo de dez ações penais ajuizadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), sob a acusação de irregularidades em contratações sem licitação. Assumindo a pasta extraordinária de Assuntos Sindicais, na época, ele ganhou foro especial.

Barbosa responde a pelo menos 28 ações, entre elas o devio de recursos da Codeplan.

Alvos
Também são alvos da PF as construtoras Conbral, Linknet, Adler, Vertax e Infoeducacional. A operação Caixa de Pandora realizou busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira nos gabinetes e nas residências de quatro deputados distritais ; Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulisses (PSB), Pedro do Ovo (PRP) e Leonardo Prudente (DEM), presidente da Casa.

Foram vistoriados, ainda, os gabinetes e residências do conselheiro do Tribunal de Contas do DF Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete do governador, do chefe da Casa Civil do GDF, José Geraldo Maciel, do secretário de Educação, José Luiz Valente, do chefe de gabinete da Governadoria, Fábio Simão, e do assessor de imprensa Omézio Pontes.

As buscas e apreensões decorrentes da autorização foram acompanhadas por procuradores do Ministério Público Federal nos 24 locais indicados, sendo 21 no Distrito Federal, um em Goiânia e dois em Belo Horizonte.

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