postado em 28/11/2009 09:04
A polícia fez novas buscas e apreensões na casa de Cláudio José de Azevedo Brandão, 38 anos, um dos suspeitos de envolvimento nas mortes de José Guilherme Villela, Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada do casal Francisca Nascimento da Silva. O crime ocorreu há três meses e, até agora, o inquérito policial não chegou ao fim. Na tarde de ontem, investigadores recolheram vários tênis, que terão as solas comparadas às marcas deixadas no imóvel do Bloco C da 113 Sul, onde os Villela moravam e foram assassinados.Eram 17h quando equipes da Coordenação de Investigação dos Crimes Contra a Vida (Corvida), da Divisão de Repressão a Roubos (DRR), da Corregedoria-Geral da Polícia Civil e da 1; Delegacia (Asa Sul) chegaram ao lote do acusado. O imóvel fica num setor de baixa renda de Vicente Pires, conhecido como Vila São José. Em frente ao portão do terreno, havia quatro carros descaracterizados da polícia. Dez agentes e dois delegados fizeram uma varredura na casa onde estão abrigados a mulher de Cláudio e os quatro filhos.
Os investigadores vasculharam armários, colchão e banheiro. Havia policiais até no telhado. A revista durou aproximadamente duas horas. Ao saírem da residência, por volta das 19h, os investigadores levavam um saco e uma caixa com vários pares de sapatos e alguns documentos. Os [SAIBAMAIS]calçados não eram todos de Cláudio, segundo informou uma das filha dele. ;Eles (os policiais) levaram um par de tênis meu;, afirmou a jovem, que pediu para não ser identificada. Os agentes também encaminharam a mulher do suspeito para a Corvida, onde ela deveria ser ouvida como testemunha.
Devolução
A grande esperança da força-tarefa é encontrar, entre os calçados apreendidos, um cujo solado coincida com as pegadas encontradas no apartamento dos Villela. Se houvesse combinação, Cláudio poderia passar de suspeito a acusado. Algumas marcas foram consideradas estranhas pelos peritos que estiveram no imóvel da quadra da Asa Sul dias após o crime. O triplo assassinato ocorreu na noite de 28 de agosto, mas os corpos só foram encontrados no dia 31 daquele mês. Os pares de tênis já estão no Instituto de Identificação da Polícia Civil. Não é a primeira vez que o mandado de apreensão é executado na casa de Cláudio. ;Eles já estiveram aqui uma vez e pegaram os mesmo tênis do meu pai e devolveram em seguida;, disse a filha.
Os indícios contra Cláudio aumentaram. Nesta semana, outra pessoa o reconheceu como sendo frequentador da 113 Sul. Há 10 dias, um funcionário do prédio já havia dito que ele costumava ir àquela quadra. A polícia também ouviu uma testemunha contar que o homem realizara um serviço no apartamento dos Villela cerca de um ano atrás. O advogado de Cláudio, Nivaldo Pereira, reitera que seu cliente é inocente.
Cláudio continua preso, mas a detenção preventiva se deve a um mandado de prisão expedido pelo Tribunal do Júri de Taguatinga, onde o suspeito responde pelo roubo de uma moto cometido no início deste ano. A prisão temporária, decretada pelo Tribunal do Júri de Brasília por conta do crime na SQS 113, venceu ontem.