Cidades

Centro Espírita André Luiz organiza feirinha de Natal no Guará

Naira Trindade
postado em 29/11/2009 09:14
Guirlandas, árvores de Natal, panos de prato, colchas de retalhos. Pelas mãos de cem moradoras do Guará, objetos antigos e gastos recuperam o brilho e se tornam caprichados enfeites natalinos. Simples pedaços de cartolina, quando enrolados em formato cilíndrico, podem se transformar em velas decorativas, cobertas por parafina colorida. A habilidade com as mãos e o bom gosto do grupo resultam no delicado trabalho que ficará exposto em horário comercial até a próxima quarta-feira, no bazar beneficente de Natal do Centro Espírita André Luiz (Ceal), no Guará I.

Nas mais de dez bancas espalhadas pelo salão, chamam a atenção peças com preços muito convidativos, como bijuterias. Aqueles que pretendem desejar boas festas por meio de cartões decorados e exclusivos também vão desembolsar quantias simbólicas ; as mensagens alegres e religiosas pintadas no papel manteiga furado à mão com agulhas de costureira saem por R$ 3.

Pendurados em um varal, os panos de prato são os itens que mais atraem a atenção das donas de casa. Pintados ou bordados, os trabalhos produzidos durante todo o ano pelo grupo de amigos do Ceal passam pela inspeção de qualidade das senhoras e são uma boa opção de presente para as confraternizações natalinas. A bancária aposentada Mirtenes Muniz, 54 anos, é uma cliente habitual da feita. Em sua sacola, trazia diversas toalhas de mão e de rosto, além de panos de pratos. Para ela, contribuir é um gesto de caridade. ;Eu compro para ajudar. O dinheiro arrecadado é destinado a pessoas carentes do Guará;, lembra a aposentada.

Todos os anos, o Ceal ajuda cerca de 300 famílias carentes da cidade. Além de cestas básicas, as pessoas cadastradas ganham tratamento odontológico, atendimento médico, acompanhamento psicossocial, cursos profissionalizantes, cortes de cabelos e, aos domingos, refeições. ;Entregamos todo domingo de 37 a 42 cestas alimentares. O número varia de acordo com as pessoas que vêm às salas de atendimento do Ceal;, conta Deleuse Lettieri, diretora executiva da casa.

Os recursos adquiridos variam de ano a ano. Por isso, Deleuse não sabe estimar o valor que o caixa do Ceal vai conseguir arrecadar nesta edição do evento. A quantidade de produtos expostos também não é calculada. ;Produzimos materiais ao longo de todo o ano e guardamos num depósito. Depois, retiramos para vender, mas não somamos;, explica.

Costureira voluntária do centro espírita, Rafaela Calveti Cortez, 70, entrou em agosto último para o grupo das senhoras que produzem os materiais artesanais. ;Nós trabalhamos em equipe. Uma corta os retalhos; eu os emendo na máquina de costura; outras montam a colcha;, descreve a dona de casa, que gostou tanto do resultado do trabalho que vai comprar uma das colchas que ajudou a fazer, vendidas a R$ 180 no bazar. ;Na minha idade, é importante ter outra ocupação que não apenas a casa. Aqui, além da satisfação em me sentir produtiva, a gente ainda ajuda alguém. Mesmo que eu não conheça quem estou ajudando.;

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