Cidades

Técnicos penitenciários entram em greve e deixam fragilizada a segurança nos presídios do DF

postado em 01/12/2009 11:05

Os técnicos penitenciários do Distrito Federal estão em greve a partir desta terça-feira (1/12). As principais reivindicações da categoria são aumento salarial e posse do restante dos aprovados no concurso, em 2007. Apenas 30% do efetivo vai trabalhar enquanto não houver negociações com o Governo do Distrito Federal.

Cerca de 700 manifestantes se reuniram em frente ao Complexo da Papuda durante toda a manhã. Como não houve, até por volta das 12h30, nenhuma manifestação do governo, os técnicos decidiram seguir para a frente da residência oficial do GDF, em Águas Claras. Eles saíram do presídio em carreata e pretendem se reunir aos manifestantes que já estão no local por conta dos escândalos da Operação Caixa de Pandora (Confira a cobertura completa no Saiba Mais). [SAIBAMAIS]

Reivindicações

Atualmente, há no sistema penitenciário do Distrito Federal cerca de 850 técnicos em exercício. Destes, ressaltou o diretor da comunicação e imprensa do Sindicato dos Técnicos Penitenciários (Sindpen), Paulo Rogério da Silva, 60 trabalham na parte administrativa, na Subsecretaria de Sistema Penitenciário (Sesipe). O restante tem funções diretas nos seis presídios do DF ; Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I) e II (PDF II), Papuda, Centro de Detenção Provisória, Centro de Progressão Penitenciária e Penitenciária Feminina.

De acordo com Sindpen, foram 1,6 mil aprovados no concurso de 2008. Da Silva destaca que, apesar da categoria ter sido criada em 2005, o edital do primeiro concurso foi publicado somente em novembro de 2007. Os primeiros servidores tomaram posse em fevereiro deste ano. ;Ao longo do ano, toda vez que fazíamos uma manifestação cobrando que mais aprovados fossem convocados, eles chamavam mais um pouco;.

Além disso, o representante da categoria afirma que o salário de R$ 1,6 mil está entre os mais baixos pagos pelo GDF. ;Até garis ganham mais que a gente;, destacou Paulo da Silva. Segundo ele, a reivindicação é de que o salário seja, no mínimo, equiparados aos da Polícia Militar, que recebe uma faixa de R$ 5, 2 mil. ;Nossa categoria exerce as mesmas atribuições que o Departamento Penitenciário Nacional, que tem salários médios de R$ 5 mil;. Desde 2005, quando foi criada a categoria, não há reajustes salariais, destacou o representante.

De acordo com o sindicato, a adesão da categoria foi de 100%. A partir das 16h desta terça-feira, os presídios contarão com apenas 30% do efetivo, que vão exercer apenas atividades que visem a segurança dos presídios e a manutenção de serviços básicos como casos de emergência médica e fornecimento de alimento aos internos. Estão suspensos, Por exemplo, escoltas judiciais, realização de visitas, recebimento de presos e fiscalização de internos em regime aberto.

Segurança Fragilizada

O Sindpen confirma que a segurança do Sistema Penitenciário do DF fica fragilizada com a greve. ;Trabalhamos em alta adrenalina, em um lugar em que princípios de rebelião podem ocorrer a qualquer momento, mas não tivemos alternativa. Não era nossa intenção, mas até hoje o governo tem enrolado nossa categoria;.

A reportagem do correiobraziliense.com.br procurou a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) para comentar a greve dos técnicos penitenciários e falar sobre as medidas de segurança a serem adotadas com a paralisação bem como a possibilidade de negociações. O órgão afirmou, por volta das 11h50, que divulgará uma nota oficial esta tarde.

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