Jornal Correio Braziliense

Cidades

Rogério Ulysses deixa presidência de CCJ

O deputado distrital Rogério Ulysses (PSB) informou há pouco, por meio de nota, o seu afastamento da presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ele teve seu nome citado na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o suposto esquema de pagamento de propina pelo governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), em troca de apoio de parlamentares.

Rogério Ulysses disse que tomou a decisão para evitar qualquer tipo de constrangimento durante as investigações da PF. O deputado distrital afirmou ainda que está disposto a abrir seus sigilos bancário, fiscal e telefônica para colaborar com o trabalho da polícia. Ele informou também que pediu ao PSB a criação de um conselho de ética para que possa esclarecer os fatos que o relacionam ao esquema de corrupção.

Na nota, distribuída há pouco para a imprensa, o parlamentar nega que qualquer participação no suposto esquema de recebimento de propina, denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, Durval Barbosa. O deputado ressalta que não aparece em nenhuma das gravações feitas por Durval, que mostram o próprio governador, distritais, secretários e assessores recebendo dinheiro.

;Lamentavelmente, tive meu nome citado uma vez em uma conversa de terceiros, sem a minha presença e em um contexto confuso no submundo da política local;, disse, na nota, o parlamentar.

Leia na íntegra, a nota do deputado Rogério Ulisses:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Depois de consultar meu partido, venho a público anunciar as medidas que tomarei a partir de agora, por conta da citação equivocada, descontextualizada e covarde do meu nome durante Operação Caixa de Pandora.

* Fiz a solicitação e subscrevi junto ao PSB a constituição de um Conselho de Ética, onde terei amplo e irrestrito direito de esclarecer os fatos e mostrar que a menção a meu nome neste episódio é indevida.
* Vou colaborar integralmente com as investigações, pois sou o maior interessado em ver todos esses fatos esclarecidos. Para isso, disponibilizo voluntariamente meus sigilos fiscal, bancário e telefônico para colaborar integralmente e irrestritamente com as investigações.
* A posição partidária, construída com minha participação em função dos fatos apresentados e das graves denúncias divulgadas, me remetem ao rompimento com este governo. E garanto a assinatura para apoiar e endossar as iniciativas internas de apuração.
* Para evitar qualquer tipo de constrangimento durante as investigações, tomo a decisão de, neste momento, me afastar da Presidência da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa.

Também quero esclarecer os fatos que me colocam na situação em que me encontro hoje.

* Em primeiro lugar, desconheço e nada tenho a ver com as denúncias apresentadas até aqui.
* Não conheço e nunca tive qualquer tipo de contato com o Sr. Durval.
* Não há nenhuma gravação onde eu apareça em qualquer circunstância.
* Lamentavelmente, tive meu nome citado uma vez em uma conversa de terceiros, sem a minha presença e em um contexto confuso do submundo da política local.
* Por conta desta citação, fui submetido a uma busca e apreensão em casa e no meu gabinete. E na operação, não foi apreendida nenhuma importância em dinheiro ou qualquer tipo de documento comprometedor. Nada. Nenhum centavo.
* Meu trabalho e meu mandato sempre serviram para conquistar benefícios coletivos de forma transparente. Afirmo veementemente que nunca recebi nenhum benefício pessoal deste governo.

Minha posição é a de contribuir com todos os procedimentos legais e regimentais que possam esclarecer as graves denúncias que se abatem sobre nossa cidade, sem pré- julgamentos ou condenações antecipadas.
Esse momento exige serenidade e responsabilidade. Defendo com convicção que tudo deve ser apurado.


ROGÉRIO ULYSSES