Cidades

Porteiros do bloco onde ocorreu o triplo homicídio depõem

A unidade especializada Corvida colhe o testemunho de quatro funcionários. Os três suspeitos continuam presos

postado em 02/12/2009 09:55
Desde que foi composta a força-tarefa, as investigações do triplo assassinato da 113 Sul estão divididas entre as unidades que a compõem. Os depoimentos de testemunhas, por exemplo, ocorrem na Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida). As demais delegacias ; Divisão de Repressão a Roubos (DRR), 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) e Corregedoria-Geral da Polícia Civil ; executam diligências. Ontem, mais depoimentos foram tomados no Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Guarita no Bloco C da SQS 113A delegada da Corvida, Mabel Faria, ouviu quatro porteiros do Bloco C da SQS 113, onde moravam José Guilherme Villela, Maria Carvalho Mendes Villela e a principal empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva. Os três foram assassinados a facadas em 28 de agosto no imóvel e os corpos foram encontrados três dias depois e a polícia. Os funcionários ; que já haviam deposto na 1; DP quando essa concentrava as apurações ; chegaram por volta das 17h e demonstravam impaciência. ;Terei de repetir tudo aquilo que disse na outra delegacia;, lamentou um dos homens, que não quis se identificar.

A lista de interrogatórios promete aumentar até o fim desta semana, quando devem chegar os três moradores de Vicente Pires que estavam presos em Santa Maria da Vitória (BA), a 552km de Brasília. A pedido do delegado-chefe da 38; Delegacia (Vicente Pires), o Tribunal do Júri de Brasília decretou a prisão temporária do trio que é investigado pela morte de Wanderson Ramos Gregório, 23 anos. O jovem era cunhado de Cláudio José de Azevedo Brandão, 38, apontado como suspeito de participar do triplo homicídio da Asa Sul. Investigação preliminar relacionou um crime com o outro porque os assassinos de Wanderson teriam chegado à casa procurando por Cláudio(1). ;Encaminhamos o pedido de transferência deles na semana passada. Estamos só aguardando a autorização da Justiça de Correntina (BA);, disse o delegado Gerardo Carneiro, titular da 38; DP.

Atrás das grades
Enquanto isso, Cláudio continua detido. Sem provas que o incriminem pelos assassinatos ocorridos na 113 Sul, é mantido atrás das grades por força de um mandado de prisão preventiva expedido pelo Tribunal do Júri de Taguatinga. Lá, responde pelo roubo de uma moto ocorrido em dezembro de 2008. A prisão preventiva de 30 dias foi expedida em 13 de novembro. O advogado dele, Nivaldo Pereira da Silva, entrou com pedido de soltura na segunda-feira. O promotor de Justiça Lenilson Morgado recebeu o documento no mesmo dia e o encaminhou ontem ao Tribunal. Até o fechamento desta edição, o mérito ainda não havia sido julgado.

Cláudio mora no mesmo lote onde residem os outros dois detidos por suspeita de envolvimento no caso Villela: Alex Peterson Soares, 23 anos, e Rami Jalau Kaloult, 28. Na casa dos dois ; na Vila São José, em Vicente Pires ; foi encontrada uma chave do apartamento das vítimas. A dupla nega participação no crime e afirma que a chave pertencia a Cláudio. Na última sexta-feira, a polícia coletou material para perícia.

Em meio à iminência da liberação do acusado, os investigadores da força-tarefa precisam correr para elaborar novo relatório que deverá ser encaminhado ao Tribunal do Júri de Brasília com fatos convincentes para que o inquérito policial seja mais uma vez renovado. Até agora, o pedido não foi formalizado. ;Eles terão até segunda-feira para encaminhar o pedido;, disse o promotor do Tribunal do Júri de Brasília, Maurício Miranda.

1 - Partilha
A polícia apurou que o trio detido na Bahia queria, na verdade, acertar contas com Cláudio Brandão porque houve uma falha na divisão dos bens roubados de uma vítima. O roubo teria sido realizado pelos quatro homens.

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