Jornal Correio Braziliense

Cidades

Baixas no primeiro escalão já somam sete secretários

Para manter sua administração em funcionamento, o governador José Roberto Arruda (DEM) terá de buscar novos aliados. Grande parte de sua equipe no primeiro escalão deixou o cargo por conta das denúncias da suposta existência de um esquema de corrupção e pagamento de propina a aliados que vieram à tona com a Operação Caixa de Pandora. Até a última sexta-feira, Arruda mantinha uma base ampla de partidos. Menos de uma semana após a divulgação de um vídeo em que aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa, o governador perdeu PPS, PV, PSDB, PDT e qualquer possibilidade de fechar com o PSB. Entre os partidos médios, Arruda pode contar hoje apenas com PR e PP.

Se fizer uma reunião do secretariado, Arruda terá dificuldades para reunir até mesmo os antigos aliados mais próximos. Ele perdeu ontem colaboradores importantes, como os secretários de Governo, José Humberto Pires; de Obras, Márcio Machado; e de Fazenda, Valdivino de Oliveira. Filiados ao PSDB, eles receberam da direção nacional tucana a determinação de desembarcar do governo, sob pena de expulsão. O partido que terá candidato à Presidência da República teme que o desgaste decorrente das imagens de vários políticos embolsando maços de dinheiro prejudiquem a campanha de 2010 contra a candidata petista, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Aliados de Arruda, Machado e José Humberto ; citados por Durval Barbosa em depoimento à Polícia Federal (PF) como operadores do suposto esquema ;, mantêm-se ao lado do governador, embora estejam fora do governo. Valdivino também disse ao Correio que sua intenção era permanecer para ajudar na governabilidade. Todos, no entanto, são candidatos nas próximas eleições e não poderiam correr o risco de ficar sem partido. Entre a disputa de 2010 e a permanência ao lado de Arruda, eles escolheram a primeira opção.

O PPS também partiu, sob orientação da direção nacional. Alírio Neto voltou à Câmara Legislativa na última terça-feira, mas manteve em seu lugar na Secretaria de Justiça e Cidadania o adjunto, Flávio Lemos. Aliado de Arruda desde 1998, Augusto Carvalho também deixou a Secretaria de Saúde. Com ele, o secretário-adjunto, Fernando Antunes, presidente regional do PPS, que foi citado no depoimento de Durval Barbosa à Polícia Federal (PF), também desembarcou. Augusto reassumiu o mandato de deputado federal.

Na próxima semana, Arruda e o vice-governador Paulo Octávio também poderão perder o apoio do PMDB. O deputado Tadeu Filippelli, presidente regional da legenda, convocou uma reunião da executiva para decidir os rumos do partido. Até o momento, os peemedebistas têm sido os mais pacientes com a situação atual. ;Vamos aguardar até a próxima semana para ver a extensão das denúncias;, disse Filippelli.

QUEM SAIU

# PSDB
José Humberto Pires, ex-secretário de Governo
Márcio Machado, ex-secretário de Obras
Valdivino de Oliveira, ex-secretário de Fazenda

# PDT
Marcelo Aguiar, ex-secretário Extraordinário de Educação Integral
Edilson Barbosa, ex-gerente das Escolas Técnicas
Israel Baptista, ex-secretario-adjunto do Trabalho
Fábio Barcellos, administador regional do Jardim Botânico

# PSB
Joe Valle, ex-presidente da Emater

# PPS
Augusto Carvalho, ex-secretário de Saúde
Fernando Antunes, ex-secretário-adjunto de Saúde
Alírio Neto, ex-secretário de Justiça e Cidadania

# PV
Eduardo Brandão, secretário-adjunto de Meio Ambiente

# PMDB
José Luiz Valente, secretário de Educação afastado
José Geraldo Maciel, chefe da Casa Civil afastado
Fábio Simão, chefe de gabinete afastado

# Sem partido

Durval Barbosa - ex-secretário de Relações Institucionais