postado em 04/12/2009 09:33
Além de Cláudio José de Azevedo Brandão, 38 anos, que saiu cadeia na noite de quarta-feira, outros dois acusados de envolvimento no triplo assassinato na 113 Sul têm chance de ganhar a liberdade hoje. Decretada em 4 de novembro, a pena temporária de 30 dias vence à meia-noite. O Ministério Público avisou às autoridades que só irá se pronunciar favorável à prorrogação da prisão de Alex Peterson Soares, 23, e Rami Jalau Kaloult, 28, caso surja uma nova prova contra a dupla.Embora a polícia tenha encontrado a chave que abre portas do apartamento de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela, situado no Bloco C da 113 Sul, nenhum dos dois assumiu como ela foi parar na casa onde eles residiam em Vicente Pires. ;Eles têm uma história montadinha. Ficam jogando a responsabilidade um para o outro;, disse uma fonte da Justiça ouvida pelo Correio. ;Cada porteiro que chega para depor diz que conhece os três. Está tudo muito confuso;, emendou.
Como a polícia não conseguiu avançar nas investigações para comprovar a participação de Alex e Rami no assassinato do casal Villela e da principal empregada da família, Francisca Nascimento da Silva ; mortos com 73 facadas em 28 de agosto último ;, dificilmente o Tribunal do Júri de Brasília concederá mais 30 dias para manter os dois acusados atrás das grades. Alex e Rami estão presos no Departamento de Polícia Especializado (DPE). ;Se o principal suspeito (Cláudio José) está livre, não há como deixar meu cliente preso;, alegou o advogado de Alex, Edmar Vieira dos Santos.
Assim como prometeu agir com Cláudio, a polícia também garante que, caso os dois sejam libertados, eles continuarão sob investigação. Na quarta-feira, a delegada da Coordenação de Investigação dos Crimes Contra a Vida (Corvida) pediu aos familiares de Alex que levassem roupas e calçados dele para serem examinados no Instituto de Criminalística (IC). ;Amanhã, viremos para buscá-lo;, disse, confiante, um irmão de Alex.
Visita ao local do crime
Em meio ao revés, os policiais das unidades que compõem a chamada força-tarefa da Polícia Civil continuam as investigações. Na verdade, refazem os passos iniciados pela delegada Martha Vargas, chefe da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul). Uma comissão formada por nove policiais esteve ontem à tarde no apartamento dos Villela. O Correio acompanhou a visita. Entre os agentes, estavam a delegada Mabel Faria, representante da Corvida, e a própria Martha Vargas. Eles chegaram por volta das 13h30 e ficaram no imóvel onde os corpos foram encontrados no dia 28 de agosto por meia-hora. Saíram sem falar com a reportagem. Um policial levava uma lanterna na mão. Martha ironizou a observação: ;Lá dentro tem luz;.
De lá, a equipe se encaminhou para o DPE, onde está situada a Corvida, onde a delegada Mabel Faria conduziu novos depoimentos. Um deles foi o de Gláucia Sousa, mulher de Cláudio, que passou o dia de ontem em casa, no mesmo lote onde os outros dois ; Alex e Rami ; moravam, curtindo o seu primeiro dia de liberdade após 19 noites preso. Ela saiu do complexo sem ser visto pelos jornalistas que a aguardavam na porta principal.
Os policiais da força-tarefa ; composta pela Corvida, 1; DP, Divisão de Repressão a Roubos (DRR) e pela Corregedoria-geral da Polícia Civil ; precisam se preocupar também com o prazo da prorrogação do inquérito policial. A data para ingressar com o requerimento vence na segunda-feira. O promotor do Tribunal do Júri de Brasília Maurício Miranda não vê problema nessa renovação. ;Eles deverão fazer isso até segunda-feira;, avisou. A polícia deve pedir mais 30 dias para resolver o caso. Um policial que esteve no apartamento dos Villela disse ao Correio que a solução do crime está próxima. Mas não quis entrar em detalhes.