Cidades

Operação Arapuca da PF apreende 240 animais silvestres e prende 20 pessoas

postado em 04/12/2009 18:00

A operação Arapuca da Polícia Federal apreendeu 240 animais silvestres nesta sexta-feira (4/12). Além disso, foram expedidos 21 mandatos de prisão, sendo que 20 já foram cumpridos. Desse total, 12 pessoas foram presas no DF e o restante nos estados de São Paulo, Tocantins e Goiás. Esta foi a maior operação de tráfico de animais, em termos de prisão, já realizada. A ação envolveu mais de 100 policiais federais, além do Ibama. Somente este ano a operação já apreendeu 400 animais.

Entre as espécies haviam tucanos, trincaferro, coleirinha, araras e algumas espécies em extinção, como o bicudo e o pitacilgo. Os animais utilizados pelo tráfico são oriundos dos estados da Bahia, do Maranhão, do Tocantins e do Goiás. As apreensões dos animais foram feitas na casa dos criminosos.

As investigações realizadas pela PF constataram a existência de uma extensa e pulverizada rede de comerciantes clandestinos de animais silvestres com forte atuação no DF e nas feiras localizadas no Entorno. Para Fabiano Martins, chefe da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal, essas prisões foram importantes pois "desarticularam um grupo de criadores que abastece a fonte de tráfico de animais". Ele afirma ainda que "a procura por aves raras no DF é grande".

O Distrito Federal, além de centro de comércio, serve como corredor de passagem do tráfico de animais para São Paulo e Rio de Janeiro. No DF as buscas foram feitas em Ceilândia, Taguatinga, Guará, e cidades do Entorno como Luziânia e Cidade Ocidental. A feira do rolo, de Ceilândia, foi indicada como o principal local de venda desses animais no DF. Fabiano Martins explica que os comerciantes usam formas simuladas para venda de animas. "Eles colocam esses pássaros silvestres em caixas, dentro do carro, sendo difícil para a fiscalização descobrir", explica.

Os criminosos - que vão desde caçadores, comerciantes, feirantes, compradores até criadores - vão responder por formação de quadrilha, receptação e tráfego de animais silvestres. A pena pode chegar a mais de sete anos. Alguns também vão responder por falsificação de anilhas. Segundo a superintendente do Ibama no DF, Maria Silvia Rosa, animais com anilhas são mais caros.

A superintendente faz um alerta à quem tem esse tipo de animal em casa. "Essas pessoas devem procurar o Ibama para regularizar a situação do seu animal", afirma. Ela faz um apelo para que as pessoas não comprem esses animas nas feiras, pois este tipo de compra alimenta o tráfico. O Ibama ainda abriu um processo administrativo pelos crimes; o auto de infração é de R$193.500. Segundo Maria Silvia Rosa estima-se que o tráfico de animais no Brasil movimente cerca de 90 milhões de dólares por ano.

Os animais resgatados serão levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama e depois de alguns dias devem ser reintroduzidos à natureza. O valor dos animais vai desde R$ 15 até R$ 1.500, e a maior parte das espécies resgatadas foram retiradas da natureza.

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