Cidades

Agentes da força-tarefa do crime da 113 Sul entram em greve

postado em 07/12/2009 08:00
No mesmo dia em que se encerra o prazo para a polícia encaminhar à Justiça o pedido de prorrogação do inquérito do triplo assassinato na 113 Sul, as investigações são interrompidas. Os agentes da força-tarefa cruzaram os braços hoje, aderindo ao restante da categoria que entrou em greve desde sexta-feira. A corporação cobra do governo o envio da proposta de criação do plano de cargos e salários para a apreciação no Palácio do Planalto. Uma assembleia está marcada para as17h, no Parque da Cidade. A tendência, segundo uma fonte da polícia, é que o movimento grevista se intensifique. "Todos os policiais estão trabalhando, mas só atendem ocorrências em flagrante", disse Wellington Luiz de Souza, presidente do sindicato dos policiais civis do DF. A greve da polícia foi deflagrada em um momento delicado das investigações do caso que apura a morte do advogado José Guilherme Villela, sua mulher Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada do casal Maria Nascimento da Silva, já que o trabalho iniciado há mais de 100 dias, pela então chefe do inquérito, Martha Vargas, da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), voltou à estaca zero, uma vez que os três principais suspeitos de envolvimento encontram-se livres das grades. Suspeitos soltos tinham as chaves que abrem as portas da cena do crimeEm uma reunião dos policiais designados para compor a força-tarefa - integrada pela Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Divisão de Repressão a Roubos (DRR), Corregedoria-geral da Polícia Civil - com Martha Vargas, no Departamento de Polícia Especializada (DPE), foi decidido que o corregedor Luiz Andriano Pouso Guerra não pediria a prorrogação das prisões de Alex Peterson Soares, 23, e Rami Jalau Kaloult, 28. Mesmo com a descoberta da chave que abre as portas do apartamento das vítimas, no Bloco C da 113 Sul, encontrada na casa onde os dois moravam na Vila São José, em Vicente Pires. Fora do caso Com isso, Alex e Rami se juntaram a Cláudio José de Azevedo Brandão, 38, o terceiro suspeito, que ganhou liberdade na quinta-feira da semana passada. Os três continuarão sob investigação da polícia, mas em liberdade. Além das roupas deles, os policiais recolheram os calçados. Cláudio doou sangue para ser analisado no Instituto de Medicina Legal (IML). A liberdade deles foi o estopim de uma crise entre a equipe de Martha Vargas e as unidades policiais que integram a força-tarefa. Na sexta-feira, Martha Vargas revelou para uma fonte do Correio que tinha pedido para abandonar as investigações do caso Villela. Ela não quis comentar a sua saída, mas o Correio apurou que a delegada havia apresentado novas provas para manter, pelo menos, Alex e Rami atrás das grades. Porém, o pedido dela foi negado. O receio da polícia é de que, fora da prisão, os acusados possam sofrer algum tipo de atentado caso haja mais alguém envolvido no crime. Sem provas - e agora também sem suspeitos -, os policiais que restaram da força-tarefa refazem os passos da investigação iniciada pela equipe da 1ª DP(Asa Sul). Caso a greve seja suspensa nesta semana, é provável que mais testemunhas sejam ouvidas na Corvida. Novamente, parentes das vítimas devem ser intimados para ajudar nas investigações. Entre eles, os filhos Augusto e Adriana Villela. Até agora, a polícia já tomou o depoimento de todos os porteiros do prédio onde os Villela moravam. Além de atrasar as investigações, a greve dos policiais também pode dificultar a vinda dos três moradores de Vicente Pires que estão presos em Santa Maria da Vitória (BA) a 552km de Brasília. Eles são acusados de matar Wanderson Ramos Gregório, 23, cunhado de Cláudio. Investigação preliminar defendeu a tese de que o alvo do trio, supostamente composto por um adolescente de 14 anos, era mesmo Cláudio. Segundo uma fonte da polícia, eles se desentenderam por causa da divisão dos objetos roubados de vítimas. A polícia acredita que eles estejam envolvidos com o caso da 113 Sul. O trio foi preso em Correntina (BA) com um carro roubado e drogas. A polícia do DF já pediu a transferência deles para cá, mas a Justiça de Correntina ainda não se pronunciou.

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