Juliana Boechat
postado em 07/12/2009 08:10
O silêncio do Templo Budista de Brasília, na 316 Sul, deu lugar a dezenas de vozes de adultos e crianças ontem pela manhã. O regente Danilo Salomão juntou três corais - um do Templo Budista e dois da Escola de Música de Brasília - e realizou um momento de confraternização entre amigos, famílias e cantores para fechar os trabalhos do semestre. As aulas de canto serão retomadas em fevereiro. Segundo monge Sato, responsável pelo Templo Budista da Terra Pura, a música faz parte da rotina de meditação dos frequentadores do local. Mas a apresentação de ontem teve um diferencial: poucas pessoas tinham traços orientais e a maioria pisava no local pela primeira vez. A comemoração rendeu aplausos calorosos e emoção por parte da plateia.
Os diferentes tons de voz e as bonitas letras de música adaptaram-se por completo à sensação de paz e harmonia do templo. Pouco antes das apresentações, era possível ouvir apenas a voz baixa do monge Sato e a água da chuva que caiu durante toda a manhã. O cheiro de incenso perfumava o ar, e nem mesmo o barulho dos sapatos interrompeu a calmaria: todos os calçados ficam do lado de fora do salão. Como pano de fundo das apresentações, flores coloridas, imagens orientais e móveis banhados em ouro.
Formado por mulheres, o Coral do Templo Budista da Terra Pura abriu a festividade com uma música em japonês. Em seguida, o Coral da Cidade interpretou canções de compositores brasileiros, como Vinicius de Moraes, e a grande sensação da festa apresentou-se no final: o Coral de Crianças da Escola de Música de Brasília. Com um quimono vermelho feito de tecido TNT e chapéus de cangaceiro de cartolina, elas cantaram músicas folclóricas como Cirandeiro e Passarinho canta. O clima regionalista brasileiro deu lugar à cultura japonesa, quando as crianças trocaram o chapéu por uma faixa vermelha na testa com um ideograma japonês. As meninas trazim os olhos pintados no estilo oriental.
Marianna Vianna Alexandre, 8 anos, começou as aulas de canto na Escola de Música em agosto e ontem, pela primeira vez, apresentou-se para uma plateia ao lado de cantores mais experientes. "Foi muito legal. Não fiquei envergonhada, só um pouco nervosa", contou ela, que pediu à mãe para começar as aulas de canto há pouco mais de três meses. O talento de Marianna foi logo percebido pelos professores, que a colocaram para fazer um solo: "Queria ter cantado mais", entusiasmou-se.
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