Cidades

PMDB do Distrito Federal decide se afastar do governo Arruda

Ana Maria Campos
postado em 07/12/2009 21:57
A executiva regional do PMDB decidiu ontem, por unanimidade, determinar o desembarque imediato de seus filiados com cargos no governo Arruda. Até o fim da semana, todos os peemedebistas terão de deixar as funções na administração local sob pena de expulsão. Em nota, a direção da legenda sustenta considerar "lamentável" a evolução dos fatos divulgados na Operação Caixa de Pandora e por isso o partido não teria mais condições de colaborar com o Executivo. Com a perda de mais um aliado, o governador José Roberto Arruda (DEM) se isola ainda mais. Na semana passada, ele perdeu o PSDB, PPS e PV.

[SAIBAMAIS]O PMDB relutou a tomar uma decisão porque foi atingido pela crise. Os três distritais do partido são citados no inquérito em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eurides Brito foi alvo da ação de busca e apreensão há 10 dias. Benício Tavares também aparece em vídeos e Rôney Nemer surge nos diálogos flagrados pelas escutas da Polícia Federal como beneficiário de recursos públicos supostamente desviados. Em vídeo divulgado na semana passada, a direção nacional do partido e o deputado Tadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF, foram relacionados ao pagamento de propina para manter o PMDB ao lado de Arruda, contra a candidatura do ex-governador Joaquim Roriz, hoje no PSC. O assunto surgiu em conversa do empresário Alcyr Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e Filippelli se disseram indignados com a divulgação da conversa, que consideram caluniosa. Irritado, Temer lamentou com peemedebistas que o episódio estaria atrapalhando suas costuras políticas para viabilizar-se como candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff à Presidência da República. A executiva nacional do PMDB marcou para amanhã uma reunião em que pretende aprovar uma resolução dura, assim o diretório local resolveu se antecipar para escapar de uma intervenção nacional.

Sem alternativas
Em nota divulgada ontem, a direção regional aponta: "Esgotaram-se para o PMDB todas as alternativas de continuar contribuindo com o atual governo, não restando outra opção se não determinar a todos os seus quadros que se encontram na atual administração a entrega imediata dos seus cargos de confiança". Todos os integrantes da direção da Novacap deverão deixar os cargos, inclusive o presidente, Luiz Carlos Pietschmann, indicados por Filippelli. Também sairão o presidente da Codeplan, Rogério Rosso, que vinha desenvolvendo projetos no Entorno, a administradora de Brasília, Ivelise Longhi, e o presidente do Instituto de Previdência, Odilon Aires, entre outros Filippelli sabe, no entanto, que não terá como enquadrar os distritais do PMDB na Câmara Legislativa que continuarão na base de apoio ao governo Arruda.

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