A Praça do Buriti virou uma praça de guerra nesta quarta-feira (09/11). Manifestantes que protestavam pedindo o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, entraram em confronto com a Polícia Militar em frente ao Tribunal de Justiça do DF. Homens da cavalaria bateram em estudantes e militantes com cassetete e atiraram bombas de efeito moral e balas de borracha.
O confronto começou depois que os manifestantes interditaram por quatro vezes as duas pistas do Eixo Monumental. Um grupo de estudantes começou a subir a via, em direção ao TJDF. A cavalaria da PM entrou em ação e partiu para cima.
Um estudante que deitou no meio da pista foi pisoteado por cavalos. Outro rapaz, levado para o gramado, sofreu várias agressões. Os policiais usaram gás de pimenta para afastar os jornalistas que filmavam a ação.
[SAIBAMAIS]Entre os agredidos está uma menina de 12 anos, moradora de Valparaíso, que acompanhava a irmã no protesto. Estava na calçada, em frente ao tribunal, e foi atingida nas pernas por cacetete.
O clima continuou tenso por cerca de meia hora, enquanto manifestantes permaneciam no canteiro central do Eixo Monumental e a cavalaria fazia uma barreira para eles não entrarem novamente na pista.
Segundo informações da PM, 400 policiais participam da ação. Parte do efetivo fez um cordão de isolamento em volta do Palácio do Buriti (sede oficial do governo). Soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também estavam posicionados.
Por volta das 13h30, os manifestantes decidiram se retirar da Praça do Buriti. Segundo a deputada distrital Érika Kokay (PT), que chegou ao local para intermediar as negociações entre o movimento e a polícia, três ônibus levarão os estudantes e militantes até a Rodoviária do Plano Piloto, onde farão uma manifestação pacífica de distribuição de panfletos.
Violência
Para o chefe do Comando de Policiamento da PM, coronel Luiz Henrique Fonseca, não houve violência em excesso. "Os manifestantes quebram o acordo e invadiram a pista, por isso houve o confronto", justifica. Segundo ele, foram usadas apenas armas não letais para controle da massa, já que era preciso desobstruir o trânsito.
Até as 14h, duas faixas da via continuavam interditadas e o trânsito lento. O congestionamento, que começava no semáforo em frente ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), ultrapassava o Memorial JK.
Com informações de Luiz Calcagno e Renato Alves.