Helena Mader
postado em 14/12/2009 08:11
O Departamento de Trânsito (Detran) aguarda autorização do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) para lançar a licitação de contratação da firma que ficará responsável pelos serviços de vigilância do órgão. Hoje, essa atividade é prestada pela empresa G6, criada pelo presidente licenciado da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, e repassados a amigos do distrital. O contrato emergencial foi feito em julho de 2007 e renovado por cinco vezes. Semestralmente, a firma recebe R$ 3,24 milhões pelos serviços.[SAIBAMAIS]A assessoria de imprensa do Detran informou que a concorrência pública para a contratação de nova empresa foi lançada em agosto deste ano. Mas o processo foi paralisado a pedido do TCDF, que decidiu analisar o edital e fez questionamentos ao Detran. O órgão de trânsito espera agora o aval dos conselheiros para suspender o contrato emergencial com a G6 e contratar uma nova empresa.
Reportagem publicada ontem pelo Correio mostrou que parentes do deputado Leonardo Prudente ocupam cargos estratégicos no Detran. Seu concunhado trabalha na Comissão Permanente de Licitação da autarquia há dois anos. De lá para cá, os gastos com contratos emergenciais (sem licitação) passaram de R$ 11 milhões para R$ 46 milhões.
De acordo com o Detran, o contrato emergencial foi firmado com a G6 em 2007 porque a empresa que havia ganhado a licitação para prestar o serviço de vigilância, a Reman, abriu falência. Na tomada de preço para firmar o contrato, a G6 foi quem apresentou o menor preço, segundo o Detran. Mas a reportagem apurou que a segunda colocada naquela concorrência, a Life, havia cobrado quantia inferior à da G6. A assessoria de imprensa do Departamento de Trânsito informou que, nos últimos dois anos, aguardava autorização da Central de Compras do GDF para abrir nova licitação. O aval só foi dado em agosto.