postado em 18/12/2009 07:00

A operação começou por volta das 10h e contou com a participação de um trator, um caminhão, dezenas de servidores da Agefis, além da proteção da Polícia Militar. Clientes das lojas do Deck Brasil assistiram à cena interessados. ;Não é algo que se vê sempre no Lago Sul;, constatou a médica Adriana Kabaiashi, 39 anos. ;Mas acho que, estando errada, a pessoa tem que pagar mesmo. O governo está certo;, acredita.
Rogério Laudares ainda tentou impedir a ação. ;Mas conversamos com ele e conseguimos dissuadi-lo;, informa o fiscal Nilton Mendes, coordenador da operação. ;Não havia mais nada que ele pudesse fazer. Essa construção estava em área pública impossível de regularizar, visto que é um estacionamento;, explica. ;Os proprietários já foram autuados, multados e intimados a demolirem por conta própria. Mas não o fizeram e tivemos de vir. Vamos mandar a conta para eles;, completa o fiscal.
O empresário questiona a ação. ;Eu abri o restaurante há 10 meses. Não fui notificado de nada. O documento que eles me mostraram cita o estabelecimento que funcionava aqui antes, o Deck House;, alega. ;Meu direito à defesa não existiu. E eles ainda querem mandar a conta. Vamos questionar isso na Justiça, com certeza;, garante. O empresário quer saber por que o governo só se preocupou com o puxadinho, que ficava em cima de cinco vagas no estacionamento, agora. ;Ele existe há uns oito anos. Foi construído junto com o Deck;, afirma.
O trator demorou cerca de uma hora para terminar o serviço. Os escombros foram recolhidos e colocados em um caminhão. A Agefis vai calcular o custo da operação e cobrar do dono do restaurante. A operação dividiu opiniões. ;Acho ruim destruir assim o patrimônio da empresa. Tinha que ter mais conversa, ainda que o restaurante esteja errado. Tem tanta invasão de terra pública em Brasília;, defendeu o comerciante Armando Fernandes Bessa, 31. ;Mas a lei precisa ser cumprida e o governo precisa começar em algum lugar. Além disso, para o pobre é muito mais fácil ter a casa demolida;, apontou o empresário Antônio Bessa, irmão de Armando.