Uma nova assembleia com os delegados marcada para hoje, às 17h, definirá os próximos passos da categoria. No encontro de ontem, os delegados votaram pela suspensão da greve com a condição de trabalhar em operação padrão. Ou seja: eles obedecem as normas da Polícia Civil e não realizam tarefas além do necessário. Uma das reivindicações dos policiais civis é justamente a modernização do regimento que, segundo alguns, é ;burocrático;. ;Entendemos que o momento é de suspender a greve e aguardar o cumprimento do governo, que prometeu encaminhar nossa proposta ao Palácio do Planalto;, explicou Wellington.
Logo após a decisão da desembargadora Sandra de Santis, na última terça-feira, em considerar ilegal a greve e pedir a imediata suspensão do movimento, o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) apelou da decisão judicial para continuar a paralisação. O pedido foi negado. Em segunda tentativa, o desembargador Flávio Rostirola, da 1; Vara Cível do TJDFT, negou a reconsideração feita pela entidade classista e manteve a decisão de Sandra em suspender a greve imediatamente.
Guerra política
A categoria se reuniu na última quarta-feira para votar a proposta feita pelo governo de montar uma comissão especial para estudar os impactos do reajuste de 28,7% e articular o projeto com o governo federal. A reunião tinha tudo para aprovar a proposta do governo. O problema teria sido uma guerra política que divide a corporação. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, cinco líderes insuflaram a categoria a não suspender a greve com a intenção de desgastar a imagem do presidente do sindicado para serem favorecidos nas eleições de 2010 ; um ou dois delegados concorrerão ao cargo de deputado distrital e querem os votos da categoria, assim como Wellington.
De acordo com os cálculos oficiais, as melhorias reivindicadas pelos policiais ; que pressionam para aumentar o salário médio dos policiais civis de R$ 11 mil para R$ 16 mil e dos delegados de R$ 19 mil para R$ 22 mil ; custarão R$ 473 milhões a mais nos recursos do Fundo Constitucional.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Valmir Lemos, o assunto ainda tem que ser debatido entre o governo e a categoria para que seja analisado ponto a ponto e se identifique o impacto deste valor e o orçamento do governo. ;Tomamos conhecimento que a categoria teria decidido por uma nova assembleia hoje, até para que pudesse avaliar as circunstâncias que envolvem a matéria. Esperamos que a situação volte à normalidade, para que a matéria possa ser discutida;, disse.
Wellington Luiz de Souza, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF
Ministério veta gratificação
No início da semana, o governador Arruda anunciou, após reunião do secretariado, que o GDF iniciaria o pagamento (inclusive dos valores retroativos a abril) da Gratificação Por Risco de Vida aprovada no Plano de Cargos e Salários dos policiais bombeiros e militares. Isso seria possível ;graças a entendimentos com o Ministério do Planejamento, em fase final;.
Mas, em resposta a um ofício do GDF, o Ministério do Planejamento informou a ;impossibilidade de atendimento do pleito do GDF;, alegando que a implantação de novo módulo para pagamento de adicionais implicaria atrasos na folha de todos os funcionários públicos federais: ;Excepcionalmente neste mês de dezembro, a implantação de um novo módulo implicou a prorrogação da folha regular e, por conseguinte, o encurtamento dos prazos para o seu processamento, inviabilizando o pagamento de todos os servidores públicos federais na data programada;.