O julgamento dos três militares da Força Nacional de Segurança (FNS) acusados de torturar dois jovens em Luziânia deve ser retomado somente em janeiro de 2010. Nesta quinta-feira (17/12), até por vota das 22h30, a juíza Alice Teles de Oliveira ouviu as testemunhas do caso e interrogou os réus. No entanto, como a audiência terminou tarde, ela adiou a sentença para o próximo mês, após o retorno do recesso forense.
De acordo com a 4; Vara Criminal, que preside o caso, a data do novo julgamento ainda não foi definida. Mas, até lá, o Ministério Público deve preparar novas acusações, com base nos depoimentos e os advogados dos réus, novas defesas.
Entenda o caso
- Madrugada de 3 de outubro
Ao averiguar a denúncia de que havia uma pessoa armada em um bar nos arredores de Luziânia, três homens da Força Nacional de Segurança (FNS) abordam os amigos Pedro*, 17, e João*, 23. Encontram uma munição com João. Os dois jovens são colocados no camburão e levados para um matagal onde, segundo a acusação, passam a ser espancados, torturados e um deles é vítima de estupro.
- 5 de outubro
A Polícia Civil de Luziânia começa a investigar o caso. Percorre hospitais em busca de pacientes jovens com histórico de agressão. Localizam Pedro e João e os leva para prestar esclarecimento. Eles confirmam as agressões e apontam como autores três militares da FNS.
- 8 de outubro
Militares são reconhecidos e presos temporariamente. Os três são levados para a Papudinha, um presídio exclusivo para militares acusados de crimes, que fica na Região Administrativa de São Sebastião.
- 3 de novembro
A pedido do MP, a Justiça decreta a prisão preventiva dos militares acusados. A juíza da 4; Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Alice Teles de Oliveira, entendeu que a liberdade dos indiciados representa risco à ordem pública e ao andamento processual.
- 17 de dezembro
Começa a fase de instrução e julgamento dos militares, no Fórum de Luziânia.