Cidades

Paulo Octávio recebeu R$ 200 mil em propina, afirma Durval

postado em 19/12/2009 14:58

No escândalo do esquema de propinas no GDF, o vice-governador Paulo Octávio teria recebido R$ 200 mil diretamente das mãos de Durval Barbosa em uma das suítes do Hotel Kubitscheck Plaza, que pertence ao grupo do vice-governador. É o que afirmou Durval, o ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, em depoimento ao Ministério Público Federal no último dia 2, em São Paulo.

Segundo Barbosa, há cerca de um ano e meio, ele teria recebido um valor um pouco superior a R$ 200 mil de Cristina Bonner para ser entregue ao vice-governador. A quantia corresponderia à propina cobrada em razão de contratos de prestação de serviço no setor de informática envolvendo a TBA, empresa de Bonner.

De acordo com Durval, todas as outras ocasiões de entrega de propina ao vice-governador, as quais segundo ele são "inúmeras", teriam sido encaminhadas por meio do assessor Marcelo Carvalho. Duas dessas vezes foram filmadas e as imagens anexadas ao inquérito 650, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ainda em depoimento, Durval afirmou que um total de R$ 3 milhões em espécie teria sido recebido pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de algumas empresas que prestam serviços no setor de informática para o GDF.


[SAIBAMAIS]Segundo Durval, a princípio, Arruda tinha como objetivo receber R$ 4 milhões de propina. No depoimento , o ex-secretário conta que convenceu Arruda a aceitar "apenas" R$ 3 milhões, com o argumento de que "a pretensão de receber uma propina de R$ 4 milhões de um total de R$ 57 milhões por serviços de informática prestados ao governo era extorsivo, já que o governador já tinha recebido parte dessa propina ainda em 2006".

Durval conta ainda como a quantia teria chegado às mãos do governador do DF. Segundo Barbosa, por ordem do próprio Arruda, ele teria deixado duas parcelas de R$ 1 milhão na casa de José Humberto Pires, então secretário de governo. E a terceira teria sido entregue na Combral, empresa da família de José Humberto.

Os interrogatórios a que foi submetido Durval Barbosa estão relacionados à investigação da Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federal no dia 27 de novembro. Barbosa fechou um acordo para receber o benefício da delação premiada e contar o que sabe sobre o possível esquema. Para tanto ele teria colaborado com inúmeras gravações que mostram membros do governo recebendo suposto dinheiro de propina. As imagens foram exibidas pela imprensa nacional e repercurtiram internacionalmente. O governador Arruda nega as acusações.

Defesa

Em nota, o advogado de José Roberto Arruda, José Gerardo Grossi, afirmou que o governador do DF ;repele com veemência; as acusações feitas por Durval Barbosa. O advogado afirma que trata-se ;um individuo que já responde na justiça a trinta e dois processos e terá que responder criminalmente as acusações infundadas, irresponsáveis e caluniosas que vem fazendo;, referindo-se à Barbosa.


Ainda de acordo com a nota, as doações que o governador Arruda recebeu, na campanha de 2006, estão registradas no Tribunal Regional Eleitoral. ;Tudo mais é calunia. O governador aguarda que a justiça restabeleça a verdade dos fatos;, diz a nota.

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