O Partido dos Trabalhadores (PT) quer pedir a revogação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF, aprovado pela Câmara Legislativa do DF (CLDF) em 2009. Depois da divulgação das denúncias que envolvem o plano diretor, a bancada do partido vai protocolar um projeto de lei na CLDF pedindo a anulação do Pdot.
Segundo depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do governo, Durval Barbosa, ao Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, cada deputado da base governista teria recebido R$ 420 mil pelo voto ao plano, que tratou de mudanças de destinação de áreas e definiu novas regiões de adensamento populacional e de desenvolvimento econômico no DF.
Em primeiro turno, o Pdot foi aprovado com o voto favorável dos 19 deputados da base. Apenas os cinco distritais da oposição foram contrários. Em segundo turno, 18 governistas mantiveram a posição.
Segundo Durval, Arruda esperava arrecadar R$ 60 milhões com pessoas físicas e jurídicas beneficiadas com a aprovação do Pdot. O resultado da suposta arrecadação, no entanto, teria sido ;decepcionante;, já que o montante juntado teria somado um terço do valor estimado, ou seja, R$ 20 milhões.
Em nota, a assessoria de imprensa do Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou que foram realizadas 165 audiências regionais e 14 audiências públicas com o "envolvimento direto" de todos os segmentos da sociedade organizada e a participação direta de mais de 17 mil pessoas para a aprovação do Pdot.
Ainda de acordo com o governo, foram ouvidos o Ministério Público do DF e as Entidades Representativas da Cidade. "O Governador José Roberto Arruda impôs 56 vetos ao PDOT. No texto final, restou apenas o que diz respeito ao zoneamento da cidade", diz a nota.
Segundo o GDF, o plano diretor foi discutido "exaustivamente", "de forma transparente" e "sem nunca envolver interesses ou vantagens para este ou aquele grupo".