Para os representantes das religiões de matrizes africanas, a destruição das imagens foi uma clara manifestação de intolerância religiosa e inaugurar a Praça do Orixás com as imagens restabelecidas significa uma vitória e também motivo de preocupação.
;É uma grande vitória e também um motivo de preocupação. É necessário que se tenha segurança para que as estátuas não sejam depredadas novamente;, considera Ribamar Fernandes Veleda, diretor de projetos e pesquisas da Federação Brasiliense e do Entorno e Umbanda e Candomblé.
A festa às margens do Lago Paranoá é organizada pelos terreiros desde 1963. A praça ganhou em 1992 as imagens. Em 2002, os ataques às imagens tiveram início com o desaparecimento do orixá Nanan. Dias depois, foi localizada em um lixão. Depois disso ocorreram sucessivos apedrejamentos das imagens até que em 2005 uma Iemanjá apareceu incendiada.
Veleda considerou ainda que a tolerância religiosa ainda é um debate que precisa de amadurecimento, mas que a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos foi um golpe contra o preconceito. ;A eleição de um negro para a presidência de um país deve ser comemorada. É uma lição para o mundo e deve fazer a sociedade brasileira pensar sobre esse assunto;, destacou.