Mariana Flores
postado em 03/01/2010 09:02
O número de servidores no universo de trabalhadores do DF está diminuindo, mas não para de crescer o grupo de brasilienses que querem entrar para o serviço público. Essa realidade é uma barreira para empresários locais, que têm dificuldades enormes em encontrar profissionais qualificados para atuar no setor privado. Quando encontram, costumam perdê-los mais cedo ou mais tarde para um concurso público. As empresas especializadas em recrutamento de profissionais conhecem bem esse dilema.A gerente corporativa de Recursos Humanos do Grupo Brasal, Nádia Menezes, conta que a empresa sofre principalmente com os funcionários entre 25 e 30 anos. ;Temos muitos casos de gente crescendo na empresa, com um desenvolvimento rápido, vertiginoso, e mesmo assim estão sempre pensando no serviço público;, comenta. Muitos funcionários de empresas privadas usam até mesmo o tempo de trabalho para folhear livros e apostilas. Estão ali fisicamente, mas com o pensamento no concurso.
[SAIBAMAIS]A preocupação com a qualidade de vida é o principal argumento dos concurseiros declarados. ;É um desafio, mas precisamos saber conviver com essa geração. Para esses jovens, ainda é muito tentadora a possibilidade de ganhar bem, ter horário definido, duas férias por ano, a tranquilidade de não poder ser demitido. Nosso trabalho é mostrar as perspectivas para eles na empresa;, diz Nádia. O Grupo Brasal perdeu cerca de 30 funcionários para o serviço público em 2009.
Na GVT, a situação não é muito diferente. ;Acabamos de perder um analista de vendas que passou em um concurso da Infraero. Temos vários funcionários fazendo cursinho;, conta o gerente nacional de vendas da empresa, Carlos Reis. ;Em Brasília, isso ainda é muito forte. Geralmente essas pessoas têm um perfil muito ligado a um desejo de estabilidade. Para eles, futuro garantido é concurso. Mas ainda encontramos gente que não pensa em ser servidor porque prefere o dinamismo do setor privado;, completa.