Cidades

Portadora de paralisia pode fazer tratamento na China. Agora falta reunir o dinheiro necessário

Helena Mader
postado em 04/01/2010 08:21
A menina entre os pais, Rejane e Ednelson: técnicas ainda não utilizadas no Brasil poderão ajudar bastanteTaynara Medeiros de Souza não anda, não fala e nem pode brincar. A menina de sorriso fácil tem três anos, mas nem de longe lembra uma criança da mesma idade. Por conta da paralisia cerebral, ela divide o tempo entre o colo da mãe, do pai ou da avó. Não consegue se sentar sozinha nem segurar os brinquedos que enfeitam a casa simples onde mora, em Ceilândia Norte. Inconformados com a situação da criança, os pais de Taynara resolveram buscar ajuda. Depois de muitos contatos, a menina foi aceita em uma clínica na China que realiza tratamento com células-tronco. Mas o motorista Ednelson Pereira de Souza, 37, e a assistente administrativa Rejane Medeiros, 39, não têm condições de pagar os custos da viagem.

Apesar do alto preço do tratamento ; cerca de R$ 70 mil entre o valor da viagem e das aplicações ;, a esperança da família continua viva: eles lançaram uma campanha e um blog para arrecadar recursos e, assim, levar Taynara para a China o mais rápido possível. Já conseguiram arrecadar R$ 6,3 mil, mas ainda estão distantes da quantia necessária para a viagem. A clínica pioneira nesse tipo de tratamento fica na cidade chinesa de Shenzhen, próximo à fronteira com Hong Kong. A aplicação de células-tronco na tentativa de recuperar os células cerebrais danificadas não é sequer permitida no Brasil ; a técnica é polêmica e ainda contestada por alguns cientistas. Mesmo sem garantias totais de êxito, muitos pacientes têm atravessado o mundo em busca dessa nova forma de tratamento.

Outras crianças já fizeram esse mesmo caminho e conseguiram sucesso. Uma das pioneiras, a menina pernambucana Clara Pereira, com apenas um foi ano submetida à técnica chinesa. Antes, a menina não conseguia nem manter o tronco e a cabeça eretos. Depois da viagem, já senta e come quase normalmente. ;Ligamos para os pais da Clara e ficamos muito animados com o resultado. Conversamos com as famílias de outras crianças que fizeram o tratamento e todas elas conseguiram progressos;, justifica a mãe de Taynara. Rejane conta que o seu grande sonho é ver a filha andar e segurar objetos: ;Hoje, a Taynara só pode ficar no colo da gente. Nem na cadeira de rodas ela tem firmeza suficiente;.

Os pais da menina se revezam nos cuidados. Rejane trabalha durante o dia em uma agência de viagens e Ednelson de Souza é motorista de uma empresa de madrugada. Assim, ele pode acompanhar Taynara na escola pública de ensino especial .

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