Cidades

Diretores de 492 escolas assinaram o Termo de Compromisso no Buritinga

Luiz Calcagno
postado em 08/01/2010 07:45
O ano começa com novos dirigentes para parte das instituições públicas de ensino do Distrito Federal. O GDF empossou, ontem, 984 funcionários nos cargos de diretores e vice-diretores. As duplas assinaram o Termo de Compromisso, com metas das escolas, como as que combatem a evasão e a reprovação de alunos, e que devem ser cumpridas nas novas gestões. É o terceiro ano consecutivo em que eleições diretas e referendos (1), parte do projeto de gestão compartilhada(2), dão posse para professores. A cerimônia foi no Centro Administrativo de Taguatinga, conhecido como Buritinga.

No evento, o governador José Roberto Arruda disse que o GDF vem fazendo muito pela educação. Ele citou uma lista de benfeitorias já realizadas e, dentre elas, destacou a gestão compartilhada. Arruda frisou que a meta de mil salas de aula já havia sido cumprida, e que pretendia construir mais 120 em 2010. "O DF, hoje, tem mais de 2 mil obras em andamento. Mas o que mais avançou no meu governo foi a educação", disse. "As eleições foram um sucesso e a gestão compartilhada tem funcionado muito bem", concluiu.

A secretária interina de Educação, Eunice Santos, disse que as eleições têm como prioridade máxima o aluno. Segundo ela, trata-se de um processo democrático que também favorece a escolha de perfis adequados para as carreiras de liderança. Isso porque os candidatos passam por provas escritas e avaliações de mérito para poderem assumir os cargos de diretor e vice. "Todos são concursados, têm carreira como professores. Isso, somado ao processo eleitoral, nos ajuda a escolher os mais preparados", garantiu.

Casados
Eunice Santos também falou sobre a situação dos gestores da Escola Classe 2 de Vicente Pires. Luciano Marin Bogalho e Érica Nanini Lopes, eleitos diretor e vice-diretora, não foram empossados por serem casados. A Secretaria de Educação alegou que a situação poderia ser vista como nepotismo. Eles entraram na Justiça e conseguiram um parecer favorável a eles, que impede que a segunda chapa tome posse. "Com a liminar que eles conseguiram, não podemos nomear ninguém. Vamos resolver o impasse e, até isso acontecer, vamos tentar nomear diretores interinos para que a escola não fique desamparada", explicou Eunice.

Francisca Maria Paes, 44, e Denise de Araújo, 34, respectivamente diretora e vice do Centro de Ensino Fundamental 17, de Taguatinga Norte, estenderam o mandato por mais dois anos, por meio de referendo. Elas foram eleitas em 2007. Contam que a participação da comunidade na época foi pequena. "Recebemos 200 votos de pais no período. Mas hoje o número dobrou. Foram 400 votos para as chapas", explica Francisca.

De acordo com Denise, a participação aumenta o diálogo entre professores e comunidade. Ela explicou que a carta branca do governo parte do programa de gestão compartilhada, que permite que a escola escolha os projetos que mais se adequam à realidade da população local, também ajudou a resolver problemas de reprovação. "Hoje, os alunos não querem deixar a escola", contou.

1 - Votantes
As eleições diretas são para as novas escolas. Alunos, pais e professores votam. O período de ocupação do cargo é de dois anos, podendo ser prorrogado por meio de referendo, quando somente pais, professores e funcionários da regional de ensino votam.

2 - Autonomia
A gestão compartilhada dá mais autonomia aos diretores da escola. Além de fornecer um orçamento próprio, o colégio também ganha o poder de escolher entre os projetos que o governo oferece, como educação integral, por exemplo

Números

  • 492 equipes
  • 377 referendadas
  • 155 eleições diretas
  • 984 gestores
  • 1 dupla não tomou posse A rede pública do DF conta com 649 instituições
  • 157 delas continuam com as mesmas equipes e não passaram por votação

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